A velha conhecida Zona Azul será reativada pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Maceió. A novidade é que além do Centro da cidade serão também ‘contemplados’ com a cobrança os bairros do Farol, Jaraguá, Jatiúca, Ponta Verde e o entorno das faculdades. A tarifa definida pela SMTT será de R$3,00 por hora.

Motoristas criticam a volta do esquema alegando que somente cobrar estacionamento em via pública não melhora o trânsito em nada, apenas pune o bolso dos donos de automóveis e ainda tira o ‘ganha-pão’ de grande número de flanelinhas.

Conforme Amaro Araújo, assessor especial de transporte e trânsito da SMTT, o processo de licitação já está pronto e foi encaminhado à Procuradoria Geral do Município para fazer a convocação da licitação, mas ainda não há uma previsão da data de realização do certame. “O edital devia ter sido publicado no ano passado, mas, por conta dos processos de ajustes do projeto e dos tramites necessários para aprovação, somente agora conseguimos concluir e encaminhar para licitação”.

Amaro garante que o projeto está bem pensado e que um novo equipamento está sendo trazido para Maceió para evitar os erros do passado. O novo sistema não vai permitir a circulação de dinheiro, será tudo digitalizado. “Você vai estacionar o seu carro naquela vaga cadastrada pela SMTT e assim que o carro estiver no local já começa a contar o tempo e ao retornar o motorista apresenta o seu cartão no posto de apoio para fazer a leitura do código de barras, assim como acontece nos supermercados”.

Ele diz ainda que se o motorista não quiser adquirir o cartão, vai haver a venda de talonários completos e aí basta o motorista destacar a folha, passar no posto de apoio e fazer a leitura do código de barras. “É um sistema bem interessante. O valor da hora é R$ 3,00; se você passar 15 minutos, que é ¼ de hora, você vai pagar R$0,75. Isso tanto faz no cartão eletrônico ou no talão”.

Segundo Amaro, se o motorista desejar, ele pode colocar um valor qualquer no cartão e depois só reabastecer. “Fica mais cômodo. É só passar no código de barras e é descontado o valor de acordo com o tempo de permanência”. Ele revela ainda que há previsto no decreto 10.046 vagas para Zona Azul.

A reativação da zona azul é, conforme o assessor, uma organização do trânsito no Centro de Maceió bem como uma facilidade para os motoristas que vão ao Comércio resolver passar pouco tempo e podem pagar tarifas mais baratas do que nos estacionamentos fechados.
Oswaldo Santana, motorista, apóia a reativação da zona azul desde que seja organizada. “Conheço Zona Azul fora daqui e é bastante organizada e tem mais uma coisa: o preço que anunciaram é muito caro para zona azul”.

A preocupação do motorista é que, de acordo com o anúncio, como é cobrado por hora, a Zona Azul vai sair mais cara do que o estacionamento fechado. “A Zona Azul em outros lugares é bem mais barata porque é uma coisa pública”.

Além disso, ele ressalta que é importante ter uma pessoa responsável para tomar conta da Zona Azul. “Eu vi aqui flanelinha tomando conta de zona azul. Esse é o grande problema daqui as coisas começam certinhas e depois descambam para desorganização”. 

Artur Gomes, proprietário de um estacionamento privado no centro de Maceió, também apóia a iniciativa de reativar a zona azul e não acredita que isto vá atrapalhar o seu negócio. “A instalação da Zona Azul é só uma regulamentação da prefeitura porque hoje já existe o serviço dos flanelinhas que fazem a cobrança aos motoristas que param nas ruas. Isso vai ser bom para os proprietários de automóveis”.

De acordo com ele, os clientes de estacionamentos privado normalmente já estaciona seu veiculo há muito tempo naquele lugar, já conhece o dono do estacionamento, já tem confiança no lugar por isso a chegada da Zona Azul não atrapalha em nada o faturamento dos estacionamentos fechados. “Ele vai preferir continuar parando aqui em vez de procurar a Zona Azul. E quem parar na Zona vai ter um serviço decente, melhor que deixar o carro na mão de qualquer um”.

Para muitos proprietários de automóveis, entretanto, a Zona Azul não passa de um caça-níquel autorizado pela Municipalidade: “Que diferença faz você deixar como está ou montar um sistema para arrecadar dos motoristas?” – pergunta o comerciário Antônio J. Guedes, acrescentando: “Organizar trânsito não é missão de quem cuida de estacionamento em via pública, mas dos agentes do Departamento de Trânsito (Detran) e da própria SMTT”.

Em geral, os motoristas acham que a Prefeitura vai segurar o projeto da Zona Azul até outubro ou novembro, quando estará encerrado o processo das eleições municipais.