A Maternidade Escola Santa Mônica voltou a ficar lotada nesta final de semana. Com todos os leitos ocupados, 12 mulheres com bebês ou em trabalho de parto ocupam colchões no chão dos corredores.

A cena recorrente levou funcionários da unidade a se reunirem na manhã desta segunda-feira (23) com a reitora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) para pedir providências.

A gestante Rosimeire da Silva conta que desde a madrugada de sábado percorre maternidades em Maceió à procura de atendimento. “Estou perdendo líquido desde sábado. Fui para a São Rafael, mas estava fechada; fui para Nossa Senhora de Fátima, mas não tinha anestesista; fui para Santo Antônio,mas também estava fechada. Daí os bombeiros me trouxeram para cá”, disse ela que recebe atendimento no corredor.

“Isso é revoltante! Se fosse um parente do governador, ele já tinha tomado uma providência”.

A diretora da Santa Mônica, Rita Lessa, disse que o problema da superlotação seria resolvido se as demais maternidades credenciadas para atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) funcionassem nos finais de semana. “Aqui está um caos. Todas as maternidades fecharam as portas e ficamos apenas nós para atender”, disse ela.

A unidade, que possui 100 leitos, sendo 75 obstetrícios, está superlotada desde sexta-feira (20). A assessoria de comunicação disse que algumas pacientes já estão recebendo alta ou sendo transferidas para desafogar a maternidade. “Mas até agora só conseguimos transferir três pacientes. Todas as segundas-feiras vivemos esta situação. Mas já imaginou se fechássemos também! Para onde essas pacientes iriam?”.

Ainda de acordo com a assessoria, os servidores estão reunidos com a reitora da Uncisal, Rozangela Wyszomirska, para expor as condições de trabalho. “Essa reunião é mais para um desabafo, pois os encaminhamentos já foram feitos”, disse a assessora.