Com desenhos que significam algo ou só por moda, número de tatuados aumenta em Maceió

A maioria das pessoas que decidem se tatuar, escolhem desenhos com significado especial, porém, muitos querem estar 'na moda'

20/07/2012 14:30

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Thayanne Magalhães

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Surgida como forma de expressão da personalidade ou para marcar os indivíduos de uma mesma comunidade tribal – pessoas com as mesmas características sociais e religiosas – a tatuagem surgiu há mais de 3500 anos. O costume de marcar o corpo com desenhos que tenham algum significado, ou mesmo por estética, vem crescendo, principalmente entre os jovens, e os preconceitos parecem estar ficando cada vez mais no passado.

Em Maceió, o número de estúdios especializados em tatuagens e piercings também cresce. É possível encontrar tatuadores na maioria dos bairros, porém, é preciso conhecer o trabalho dos profissionais antes de decidir fazer um desenho permanente no corpo, para não se arrepender com o resultado. As vezes pagar mais barato, pode não compensar.

Tatuador há seis anos, Yrlan Lins trabalha em um estúdio localizado em um shopping no bairro de Mangabeiras. Ele conta que a maioria das pessoas que se arrependeram de fazer uma tatuagem , foi por conta do trabalho mal feito. “Muitos clientes que chegam aqui arrependidos, querem que a gente conserte as tatuagens mal feitas, ou, também se arrependem por ter tatuado o nomes dos ex-namorados”, conta Yrlan.

Geralmente os desenhos acabam sendo ‘salvos’ por uma cobertura bem trabalhada, mas é preciso conhecer bem o trabalho dos profissionais e buscar referências.

O paulista e corintiano Jefferson William estava no estúdio onde Irlan é tatuador, e marcava o corpo com o escudo do seu time do coração. “Sou corintiano roxo e resolvi tatuar o escudo do meu time”.

Significados e aceitação

A estudante de psicologia, Larissa Cabús, de 25 anos, decidiu fazer sua primeira tatuagem aos 16 anos. Ela conta que o desenho teve um significado especial, pois representava a família, numa época em que ela havia passado três anos longe de casa. “A minha primeira tatuagem é meu nome em árabe. Significa ‘cheia de alegria’. Como eu tinha passado um tempo fora e estava muito ligada à família, achei que seria a tatuagem ideal”.

Segundo Larissa, no início ela escondia a tatuagem, com medo da reação da mãe e da avó, mas depois decidiu mostrar. “Eu tinha dezesseis anos e, não que eu me arrependa, mas se eu tivesse esperado mais poderia ter feito uma com mais qualidade. Eu fiquei com medo da reação dos meus avós e da minha mãe, mas depois que mostrei, minha mãe riu e disse que agora poderia fazer a dela, porque não seria mais uma influencia [risos]”.

Porém, talvez por conta da idade e conceitos antigos, a avó de Larissa não vê com bons olhos a arte no corpo da neta. “Ela resiste muito até hoje, talvez por ser do interior, apesar de morar há muitos anos em Maceió, ser moderna, andar sempre na moda e me adorar, mas tatuagem ofende os conceitos católicos e tradicionais dela. Na época em que ela foi criada, tatuagem era sinônimo de marginal”, opina a estudante.

Quanto à aceitação da sociedade e preconceitos, a estudante de psicologia disse que não sofre com isso, já que escolheu fazer suas tatuagens em partes do corpo ‘estratégicas’. “Minhas tatuagens podem ser cobertas pela roupa e, mesmo quando as mostro, nunca ninguém me olhou ‘feio’. Mas conheço gente que passa por repreensões sociais muito grandes, mas isso é justificável, visto que Maceió é uma cidade ‘background rural’, com toda uma gama de costumes tradicionais arraigados, o que impede de muita gente aceitar qualquer coisa que saia do costumeiro. Se até pintar o cabelo de cor diferente do natural já chocam imagina um braço fechado de tatuagens?”, indaga.

Depois da primeira, Larissa disse que fez outras tatuagens, mais por ‘robby’. “Recentemente fiz duas grandes, uma fênix nas costas, e tenho borboleta, flores, Lua Sol... Nada de muito chocante”, concluiu.

Remoção

Em Maceió podem ser encontradas clínicas especializadas na remoção de tatuagem a laser. De acordo com especialistas, as cores vermelho e amarelo são as mais difíceis de remover da pele e, dependendo do tamanho ou cores, é preciso que o paciente arrependido passe por várias sessões para a remoção total do desenho.
 

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