Sesau promove seminário sobre hanseníase

18/07/2012 09:02

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Divulgação

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Com o objetivo de capacitar profissionais da Atenção Primária de 43 municípios que possuem baixa detecção de hanseníase, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza um seminário sobre o tema. O evento acontece nesta quinta -feiras (19 ) e é voltado para médicos e enfermeiros da 1ª e da 2ª Macro Regiões de Saúde – Arapiraca e Maceió, respectivamente.

No primeiro dia, o treinamento acontece no Centro de Referência Integrado de Arapiraca - Cria (localizado na Rua José Jaílson, s/n, Santa Edwiges), sendo destinado a equipes de 20 cidades da região. Já na capital alagoana a atividade será realizada na sexta, no Hotel Ritz Suítes, no bairro de Cruz das Almas, tendo como público-alvo 23 municípios.

A capacitação pretende repassar noções básicas para identificação dos sinais e sintomas da doença, diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos casos até a alta por cura e realização de exames de contatos intradomiciliares. Também serão abordadas a importância das notificações, as orientações conforme a necessidade do paciente e a investigação de registros.

O conteúdo programático conta com questões como noções de hansenologia, identificação dos troncos nervosos afetados pela hanseníase, classificação clínica e operacional da enfermidade, esquemas terapêuticos padronizados, estados reacionais e controle de contatos. A atividade terá 8 horas-aula por dia e será ministrada por profissionais da área.

Serão responsáveis pelo evento a médica Angela Correia de Melo Pomini e os enfermeiros Edlene Almeida Brasileiro, Edjane Nascimento dos Santos e Lucas Barreto Casado. A finalidade é possibilitar que os municípios melhorem tanto o diagnóstico quanto o tratamento da doença, que atualmente configura-se como um sério problema de saúde pública em todo o Brasil.

Segundo a gerente do Núcleo dos Agravos Crônicos da Sesau, Mona Lisa dos Santos Góes, são diagnosticados em Alagoas cerca de 400 novos casos por ano. “Em razão da importância da eliminação da hanseníase em nível nacional, a detecção, a prevenção de incapacidades físicas e a vigilância dos contatos são ações prioritárias. Por isso, esse seminário é tão necessário”, diz.

Casos

De acordo com relatório apresentado pela Secretaria da Saúde no último mês de junho, em 2011, 406 casos novos foram diagnosticados – índice considerado alto para os parâmetros nacionais. Desses, 27 foram detectados em menores de 15 anos. Já a efetividade do tratamento foi de 78,6%, segundo dados parciais, enquanto a meta pactuada pelo Estado era de 90%.

Segundo a médica Ângela Pomini, os dados podem indicar uma endemia oculta em Alagoas, visto que o diagnóstico está sujeito à capacidade operacional dos serviços de saúde. “A situação é de alto índice de endemia oculta por não ter sido diagnosticada e, consequentemente, aponta um contágio crescente”, explicou.

Transmitida pelas vias respiratórias, a hanseníase atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e pode variar entre dois e dez anos. A doença apresenta alto potencial incapacitante devido ao dano neurológico que ocasiona.

Primeira Edição © 2011