Zooterapia se trada de uma trabalho de interação e socialização com ajuda de animais terapêuticos de pequeno porte.
Jessica Pacheco e Mickaell Clygens
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Você já ouviu falar em Zooterapia? Não? Com o intuito de trazer a especialidade para Alagoas, Alessandra Almeida, estudante de medicina veterinária, há cerca de dois meses participou de uma especialização em zooterapia na Universidade de São Paulo (USP) e resolveu pôr em prática tudo que aprendeu realizando a Semana de Zooterapia para crianças carentes do Centro comunitário e Educacional Legião da Boa Vontade (LBV).
“Esta semana é apenas um teste, o objetivo é implantar a iniciativa nas escolas, na terapia de crianças especiais, idosos”, disse Alessandra explicando seus planos futuros.
Zooterapia nada mais é do que o trabalho de interação e socialização com a ajuda [terapia] de animais de pequenos portes. Neste caso, a alagoana conta com quatro tipos de animais terapêuticos; uma cadela, duas calopsitas, um jabuti e peixinhos.
“Quando iniciamos o trabalho aqui na LBV, algumas crianças tinham medo dos animais, que relatavam já ter batido em cachorro, diziam que os pais não gostavam e eles também não”, explicou a zooterapeuta. “Agora, finalizando a semana da zooterapia, posso dizer que a visão da grande maioria é outra”, disse Alessandra. “Quem gostou da Priscila [cadela labradora]?”, finalizou perguntando às crianças para ouvir um sonoro ‘eu’ por parte das mais de 50 que estavam no local.
Segundo Alessandra, a LBV foi uma escolha pessoal, já que era uma fase de testes, o Centro Educacional com mais de 200 crianças carentes que nunca tiveram qualquer contato direto com os animais.
“Eu chamava grupo por grupo para interagir com a Priscila [a cadela], alisava o pelo, conversa com ela. Com o bolinha [o Jabuti] a gente falava sobre ele, explicava o que é o Jabuti, fazia o contato do toque zooterapia realizada na LBV zooterapeuta alagoana está desenvolvendo o projeto com a ajuda de cinco animais terapêuticos: uma cadela labradora, a Priscila; um casal de pássaros calopsitas, o Neymar e a Marta; um jabuti, o Bolinha; e peixinhos. Além disso, Alessandra Almeida juntou um grupo multifuncional de profissionais para desenvolver a atividade, contando com o apoio da fisioterapeuta Polyana Almeida e a educadora física Sileide Martins.
De acordo com Alessandra todas as 200 crianças do LBV realizaram as atividades com os animais trazidos por ela.
“Todas as crianças tocaram nos animais. O objetivo é de que elas passem a ser mais sociáveis. Algumas até perderam o medo e já comentaram a importância de ter um animal em casa para interação”.
Como o projeto ainda estar em fase de teste, Alessandra garante que o resultado nesse tratamento já pode ser notado.
“O resultado durante essa semana foi bastante produtivo. As crianças aprenderam sobre cada animal, cada característica e sobre como não maltratar nenhum deles. O importante dessa terapia é que, cada criança revelou um sorriso, e o que é de melhor, passaram a ser mais ativas em outras atividades”.
Além de terem a zooterapia, as crianças da LBV participam de outras atividades durante o dia, uma delas é a aula de música. Os jovens participam de um coral coordenado pela professora de música, Rosangela Farias.
“Nós orientamos cada criança a fazerem o bem e andarem no caminho certo. Como eles entram aqui aos seis anos de idade e ficam até a idade da adolescência, focamos em um trabalho de construir bons jovens para o futuro. As crianças não só ficam no coral, elas também participam de oficinas de arte e cultura, oficina do saber e outras atividades que fazem com que esses jovens criem perspectivas boas no futuro”, falou a coordenadora.
Conforme a coordenadora, a zooterapia propôs aos alunos melhorias em outras atividades.
“Durante a semana os alunos puderam ficar mais próximos dos animais, tocaram, brincaram e aprenderam sobre cada um deles. Foi um trabalho muito bem realizado por Alessandra Almeida, com isso, a garotada melhorou o rendimento em outras atividades aqui na LBV”.
Em seu último dia de trabalho na LBV, Alessandra presenteou os alunos daquele lugar. A estudante fez uma surpresa a cada um, entregou um peixinho para que ali eles pudessem colocar em prática tudo que aprendeu sobre os animais e a preservação da natureza.
“Gostei muito da surpresa. Aprendi não maltratar os animais e preservar sempre a natureza. Vou cuidar bem do meu peixinho”, disse um dos alunos da LBV, Paulinho.
Primeira Edição © 2011