"Vi colegas vendendo seus eletrodomésticos na Praça dos Martírios para conseguir dinheiro", relatou uma das manifestantes
Marcos Filipe Sousa
compartilhar:
Os quinze anos da queda da administração do governador Divaldo Suruagy foi lembrado nesta terça-feira (17) com um ato público no Calçadão do Comércio em Maceió.
Organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-AL) e suas entidades filiadas, o manifesto contou com a participação de trabalhadores que estavam durante os decisivos acontecimentos na Praça Dom Pedro II. Manifestantes distribuiam panfletas e mostravam algumas fotos da época para a população.
Célia Capistrano, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) contou que na data, ela ainda não era filiada a nenhuma organizção trabalhista, mas foi no dia como funcionária pública indignada. “A minha família me ajudou financeiramente, mas eu tinha colegas que iam para a Praça dos Martírios vender eletrodomésticos afim de conseguir dinheiro”, disse.
Ela ainda relembrou a cena vista no confronto com o Exercíto. “De um lados os policiais civis e militares juntamente conosco e do outro os soldados. E derepente tiros e correria. Como não tinhamos celulares, nós telefonávamos pelo orelhões para acalmar a família”, contou.
A diretora estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amélia Fernandes, explicou que o movimento alertou os políticos na época e continua fazendo isso atualmente: “Esse acontecimento mostrou que os trabalhadores são capazes de se organizar e conseguir os seus direitos” e continou “Comerciantes e outros seguimentos da sociedade estavam juntos conosco, pois Alagoas estava falida. Foram nove meses de salários atrasados.
Primeira Edição © 2011