"80% dos homicídios estão ligados à dependência química", diz Alexandre Toledo

Secretário de Saúde apresentou a situação de Alagoas quanto à rede de atenção psicossocial

14/07/2012 09:04

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Marigleide Moura

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O Secretário Estadual de Saúde, Alexandre Toledo, disse na manhã deste sábado (14), durante a X Jornada de Psicanálise que 80% dos homicídios no Estado estão vinculados à dependência química.

Segundo o gestor, Alagoas possui, atualmente, 1.200 usuários de drogas acolhidos em diversas instituições. “Esse número ainda é pequeno perto de todas as nossas necessidades, mas essa luta não é fácil. Já constatamos que 80% dos homicídios estão vinculados à dependência química e, além das mortes, isso traz também outras perdas”, disse.

A X Jornada de Psicanálise é um evento voltado  para psicanalistas, psicólogos e psiquiatras de todo o País, e foi realizado, neste fim de semana com o tema a drogadição de jovens e adultos. O evento aconteceu no Maceió Mar Hotel, na Ponta Verde.

Crack: É Possível Vencer

Na oportunidade, o secretário apresentou alguns dos pontos do plano Crack: É Possível Vencer, do qual o Estado já faz parte. O programa é baseado em três frentes – prevenção ao uso de substâncias químicas, cuidado com usuários e enfrentamento ao tráfico – e vem integrando políticas públicas em setores como saúde, educação, assistência social e segurança pública.

“Quando a portaria do crack foi lançada, Alagoas não foi contemplada, já que ela era voltada apenas para as cidades que receberiam a Copa do Mundo. O governador, porém, procurou o governo federal para que Alagoas também fizesse parte. Não que não fossemos incluídos depois, mas o que queríamos era antecipar e começar a criar as soluções”, expôs Alexandre Toledo.

Ele ressaltou que o programa vai ampliar os serviços oferecidos no Estado por meio da pactuação para implantação de oito Consultórios de Rua – hoje são quatro –, de unidades de acolhimento e de leitos especializados em hospitais. Desses últimos, seis já estão em funcionamento no Hospital Ib Gatto, em Rio Largo, e outros oito devem ser abertos pela prefeitura no Hospital do Açúcar.

Além disso, está prevista ainda a construção de dois Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CapsAD), um sob gestão municipal e um estadual. Atualmente, Alagoas possui 49 Caps espalhados por todo o território, sendo 39 do tipo I, seis do tipo II, três do tipo AD (em Maceió, Arapiraca e Palmeira dos Índios) e um infantil.

Olival Santos

Secretaria da Paz

Alexandre Toledo destacou ainda a importância da Secretaria da Paz para o funcionamento das ações. “Alagoas conta com esse órgão voltado exclusivamente para o problema e já está até sendo copiado em outros locais. O Governo entendeu que esse era um problema grave e que precisava de atenção especial. O trabalho acontece não só no tratamento, mas também nas escolas, visando a prevenção”, disse.

Durante o evento, foram abordados também outros tópicos relativos à drogadição, como ‘A dinâmica da adição e da violência’; ‘A relação entre drogadição e desamparo’; ‘Um olhar multidisciplinar sobre a drogadição’; ‘Experiência com drogadíctos – o que estamos fazendo e o que podemos fazer’ e ‘A relação entre drogadição e desamparo’.

* Com assessoria
 

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