Marco Maia espera não-politização do julgamento de mensalão

06/07/2012 14:03

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R7

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O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), afirmou nesta sexta-feira que não acredita em prejuízos ao PT em consequência do julgamento do escândalo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, Maia advertiu para que o julgamento do caso, às vésperas das eleições municipais no Brasil, não se misture com o debate político-eleitoral. Por essa razão, Maia, que concedeu entrevista à Agência Estado, em Buenos Aires, onde realiza reuniões de trabalho com o presidente do parlamento argentino, disse esperar um julgamento o mais transparente possível, com dados técnicos, sem politização.

O deputado disse que é preciso diferenciar ambos os processos. "Eleição é uma coisa, onde se discute o projeto municipal e quem é o melhor para administrar; já o julgamento do mensalão é outra coisa, e faz parte do processo histórico de nosso País", afirmou. Maia disse que a população deve saber separar os dois casos, sendo que, no primeiro deles, "o povo brasileiro terá condições de definir quem serão aqueles que vão administrar os municípios, porque é neles onde estão os principais problemas, e onde as pessoas vivem, e onde precisam ser feitas as mudanças e as transformações para melhorar a vida das pessoas".

No segundo caso, continuou, "o STF terá que julgar com a maior transparência possível, olhando para os dados técnicos, sem que haja uma politização desse processo". Para o deputado, "será um erro politizar o julgamento, que não deveria ocorrer no meio do processo eleitoral porque qualquer denúncia que você faça, qualquer acusação que se faça no meio do processo eleitoral, se dilui no mundo da política".

"O julgamento do mensalão é tão importante que não pode se misturar com o debate político-eleitoral, única e exclusivamente", opinou. Sobre o processo eleitoral, o presidente da Câmara afirmou que sua expectativa é de um bom resultado para a base governista. "Nossa avaliação é de que há um desenho muito positivo, de vitória ampla desses partidos nas principais capitais brasileiras, nos principais municípios, naqueles que têm mais de 200 mil eleitores, o que consolida e fortalece o governo de Dilma Rousseff", afirmou ele, ao ser indagado sobre a conversa que manteve com a presidente Dilma Rousseff, em jantar, na última terça-feira.

Sobre uma possível candidatura da presidente à reeleição em 2014, Maia opinou que "é cedo ainda" para falar do assunto. "Até lá ainda haverá muito debate, muita discussão política a ser ainda realizada. Mas, sem dúvida nenhuma, a presidente Dilma é uma forte candidata à reeleição", reconheceu.

Ele ressaltou que os índices de aprovação popular que Dilma vem apresentando nas pesquisas "são fantásticos". E, em alguns casos, "superiores aos índices que o presidente Lula teve nos primeiros anos de seu governo", destacou. Maia comentou também que o ex-presidente Lula "vai cumprir um papel fundamental" nas eleições municipais.

"Eu diria que todo aquele que é candidato é seu próprio cabo eleitoral. Então, os partidos, os candidatos e as propostas são importantes para o projeto. O presidente Lula, como bom militante político, como eu sou militante político, a presidente Dilma é militante política, são participantes ativos desse processo eleitoral", concluiu.

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