Efeitos do Plano de Segurança devem nortear rumos da campanha eleitoral

Evolução da criminalidade em Alagoas tanto pode beneficiar candidato do governo como da oposição

02/07/2012 04:40

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Jornal Primeira Edição

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A tese quase consensual de que a sucessão em Maceió está sendo disputada pelos grupos do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e do ex-governador Ronaldo Lessa, leva os analistas a prever que o discurso oposicionista está pronto para atacar o quadro de violência no Estado, mas essa estratégia poderá mudar se o Plano Nacional de Segurança começar a produzir resultados positivos.

Nessa hipótese, os observadores políticos adiantam que à oposição restarão outras questões ingentes – como a situação de miséria de grande parte da população – uma vez que, com a eventual redução da criminalidade, a sociedade não vai querer saber se isso aconteceu graças ao apoio do governo federal.

Ronaldo Lessa é o nome mais emblemático da oposição e terá como principal adversário o deputado federal Rui Palmeira, do PSDB, correligionário do governador Teotonio Vilela.
A análise dos especialistas é de que a problemática dos homicídios, do tráfico de drogas e dos assaltos assumiu uma dimensão tal, que o povo tenderá a aplaudir o governo estadual sem olhar para o fato de que a contenção da violência só foi possível porque o governo federal tomou a dianteira das ações dentro do próprio Estado.

Os analistas também consideram o pouco tempo (apenas três meses até as eleições) que o governo terá para contabilizar resultados práticos no combate ao crime, mas ponderam que, diante do rolo compressor do Plano em sua fase inicial, a tendência é de que ocorra um natural declínio das ações criminosas no Estado.

Se essa tendência se confirmar efetivamente, a situação deverá ser inverter: o governo reforçará seu discurso de campanha com números mostrando avanços no combate à criminalidade, obrigando a oposição a buscar outros motes para sustentar sua crítica.

OUTRO MOTE
A oposição também prepara-se para atacar o que considera um ponto altamente vulnerável do atual governo: a difícil relação com o funcionalismo público e a falta de vontade política para realização de concursos públicos, mesmo para setores cruciais como da saúde, educação e segurança pública.

Mas a ‘inteligênzia’ palaciana já tomou a iniciativa de orientar sua tropa de choque no sentido de alardear a contratação de empresas para agilizar os concursos da Polícia Militar e da Polícia Civil, e cujos contratos foram assinados durante o lançamento do Plano de Segurança, quarta-feira, no Centro de Convenções de Jaraguá.
 

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