Artigo| Cenário político eleitoral de 2012 em Maceió

21/06/2012 12:01

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Divulgação

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Jorge Vieira - Jornalista

A fotografia do quadro político e eleitoral que se desenha para Maceió em 2012, constituído no mosaico da aglomeração de partidos, de grupos políticos e de personalidades, expressa o conjunto de interesses que perpassam o mundo social e político alagoano, nordestino e brasileiro, construindo a disputa de 2014 para o governo do Estado e à presidência da República. Este cenário aponta um tênue formato de projetos, no qual se identifica o fortalecimento de alguns grupos, em detrimento de outros.

Pelas mensagens veiculadas até o momento através de suas lideranças e, até, com dose de especulação, lê-se nas candidaturas postas, sejam em nível pessoal, partidária ou pluripartidária, as disputas e consolidação dos grupos visando a conquista de espaço e de força política para os próximos embates eleitorais.

As candidaturas do deputado estadual Jeferson Morais (DEM) e a do deputado federal Rui Palmeira (PSDB) têm esse caráter, visto que as duas principais lideranças dos respectivos partidos, Tomaz Nonô e Teotônio Vilela, são aliados de primeira hora. Considerando, portanto, o quadro de 2014, quando o atual mandatário estadual pode entrar na disputa ao cargo de senador – caso não ocorra impedimento legal -, o vice-governador assumiria o final do governo e, naturalmente, disputaria a reeleição. Antevendo um possível fortalecimento da candidatura de Rui Palmeira, nada mais coerente politicamente do que colocar a cunha no processo.

Na mesma lógica política, e não por obra e graça de algum plano extraterrestre, argumento comumente utilizado pelo parlamentar, coloca-se a candidatura do deputado federal Givaldo Carimbão (PSB). Com um detalhe, visando a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, a principal liderança nacional do partido, o governador de Pernambuco Eduardo Campo, costura a disputa pela cadeira de vice-presidente do Brasil.

Confirmando-se a atual articulação, a outra força é composta por uma constelação partidária (PDT, PMDB e PTB; entre outros), capitaneada por suas principais lideranças e aglutinada pelo ex-vereador, ex-prefeito e ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Esse conjunto de forças expressa, obviamente, as candidaturas do senador Renan Calheiros ao governo do estado e a reeleição do senador Fernando Collor de Mello no pleito subsequente.

Preliminarmente, ressaltando a possível presença de candidaturas estruturalmente minoritárias, o atual quadro aponta para a consolidação de dois grandes grupos que representam propostas e projetos diferenciados, com boa probabilidade de acontecer no seu conjunto, mesmo se ocorrer alguma deserção. Por um lado, o campo DEM/PSDB, com suas propostas liberalizantes e o seu projeto de Estado mínimo; do outro, as forças do Estado forte e empreendedor.

Postos os times e mantida a presente composição eleitoral, fica uma interrogação: o que aconteceu com o prefeito Cícero Almeida, com a vereadora Heloísa Helena e o Partido dos Trabalhadores? Constata-se que, motivados por realidades e conjunturas diferentes, emergiram como forças políticas determinantes; enquanto que, no atual cenário, ou perderam espaço e/ou se transformaram em forças coadjuvantes.
 

Primeira Edição © 2011