Burocracia emperra entrega de casas, dizem prefeitos na AMA

Palmery rebate declaração de Nonô e diz que vai marcar reunião com o Governo e com a Caixa Econômica para debater o problema

20/06/2012 09:10

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Marigleide Moura

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Dois anos após a catástrofe que destruiu centenas de casas e devastou cidades no interior do Estado, prefeitos disseram na manhã desta quarta-feira, 20, em entrevista coletiva na sede na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) que o atraso na entrega das novas habitações para a população atingida pelas chuvas se deve a burocracia.

A coletiva foi marcada para justificar o problema que aflige milhares de alagoanos, após o vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô, afirmar que a culpa pela demora na entrega das casas era dos gestores, pois eles não haviam entregado o cadastro exigido pela Caixa Econômica Federal.

O presidente da AMA, Antônio Palmery Melo Neto, gestor da cidade de Cajueiro, rebateu a declaração e disse que vai agendar uma reunião com o governador de Alagoas, Teotonio Vilela, com o vice-governador, Thomaz Nonô e com representantes da Caixa Econômica para debater o problema.

“Praticamente todos os municípios vítimas das enchentes já entregaram o cadastro e o dossiê para a Caixa Econômica, mas o processo de entrega esbarra na burocracia que é muito lenta”, falou Palmery.

Além do presidente da AMA, Renata Morais, prefeita de Branquinha; Cicero Ferreira, e Areski Freitas, prefeito de União dos Palmares participaram da entrevista concedida no fim da           manhá desta quarta-feira.

Segundo informações dos gestores, União dos Palmares precisa de 4.800 casas, destas cerca de 2.300 já estão prontas. Já em Branquinha cerca de 80% do cadastro foi feito entregue a Caixa Econômica Federal, e em Satuba 100% do cadastro foi concluído.

Areski Freitas, prefeito de União dos Palmares, citou vários problemas que dificultam e atrasam a entrega das casas. Segundo ele, a Caixa demora a fazer a análise das documentações dos cadastros dos moradores a serem beneficiados; além disso, cada um dos prejudicados devem ter cadastro no Programa Bolsa Família como pré-requisito para receber a moradia.

Freitas disse ainda a Caixa ao autoriza a entrega das casas que já estão prontas, pois a entrega deve ser total e a entrega parcial das habitações não é aceita pela instituição; e ainda, conforme o gestor, o programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida não estava adaptado para atender a demanda de uma situação de calamidade pública.
 

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