Greve do Itamaraty não tem data para acabar

Em alguns casos, salários podem saltar de R$ 6,3 mil para R$ 12,9 mil

19/06/2012 14:07

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A greve dos servidores do Ministério das Relações Exteriores não tem data para acabar. A menos que o Ministério do Planejamento mude sua estratégia de negociação e apresente proposta concreta para as reivindicações dos grevistas.

É o que garante Ivana Vilela Lima, porta voz do SindItamaraty, que representa todas as categorias de servidores do chamado Serviço Exterior Brasileiro. A sindicalista criticou a postura do ministério durante todo o processo de renegociação salarial:

— Eles [Ministério do Planejamento] falam que estão negociando mas é da boca pra fora. Temos dois documentos protocolizados no ministério pedindo a abertura de negociação, e até agora eles não sinalizaram com nada, nem com marcação de reunião, conversa informal, não ouvimos absolutamente nada deles.

Os funcionários pleiteia equiparação salarial com o teto das carreiras de Estado. Os maiores beneficiados com isso seriam os oficiais e assistentes de Chancelaria. Os primeiros teriam seus vencimentos elevados de R$ 6,3 mil para R$ 12,9 mil. Já os assistentes sairiam de um salário R$ 3,1 mil para R$ 5,8 mil.

No caso dos diplomatas, os vencimentos de funcionários em início de carreira subiriam de R$ 12,9 para R$ 13,6 mil. Já o salário final passaria de R$ 18,4 para R$ 19,6.

O Ministério do Planejamento disse que o governo federal, na figura da Secretaria de Relações do Trabalho, está em processo de negociação com todas as entidades representativas dos trabalhadores civis do serviço público federal.

— Isso inclui o Ministério das Relações Exteriores. A negociação terá prosseguimento em julho, e o limite é 31 de agosto quando lei de orçamento vai para Congresso. Esse é um momento de negociação.

A pasta disse ainda que o processo de negociação não leva em consideração o desejo de paralisar, e que se dá com conjunto de servidores.

— Greve é questão da individualidade do trabalhador e das entidades, não cabe ao Ministério do Planejamento comentar.

Na próxima sexta-feira (22) haverá uma assembleia geral da categoria, na qual o sindicato comunicará aos servidores o andamento da negociação. Segundo a porta voz dos grevistas, a previsão é de que não haja avanços até lá:

— Nosso problema é um encontro com o Ministério do Planejamento, que é quem discute questões salariais e que vai resolver nossa questão do subsídio. Nesse ponto, que é crucial, não obtivemos nenhuma sinalização.

Os grevistas convocaram uma manifestação para o próximo dia 28 em frente ao Ministério do Planejamento.

Com a greve, ao menos 60 postos no exterior serão afetados. A paralisação pode afetar diretamente os brasileiros que pretendem viajar para o exterior e também os estrangeiros que desejem vir ao Brasil.

Os oficiais e os assistentes de chancelaria são os responsáveis pelas funções administrativas das embaixadas, consulados e também na sede do ministério, em Brasília.

Os servidores já haviam feito uma paralisação no dia 30 de maio, mas as negociações não avançaram.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, a greve está sendo monitorada e a pasta aguarda uma breve resolução para o impasse. O Itamaraty tem a expectativa de que os serviços essenciais de atendimento nos diversos consulados brasileiros espalhados pelo mundo sejam mantidos normalmente.

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