CPI do Cachoeira aplaude decisão de validar grampos

Agora, CPI e Conselho de Ética vão prosseguir com trabalho normal

19/06/2012 06:38

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R7

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A decisão da 3ª turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) que considerou legais, nesta segunda-feira (18), as interceptações telefônicas do bicheiro Carlinhos Cachoeira vai garantir a manutenção da lei e o bom andamento da CPI do Cachoeira e do processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). É o que pensam alguns parlamentares envolvidos na análise do caso Cachoeira e Demóstenes.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que o TRF-1 respeitou a lei e era o que se esperava dos desembargadores.

— A decisão foi de acordo com o que determina a lei de interceptações. Isso garante que a CPI continue seus trabalhos, mas independente disso, nós íamos continuar trabalhando. A defesa vai recorrer e está no direito dela, mas nós não vamos parar.

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O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que já estava "esperando o pior", viu a decisão dos desembargadores como uma vitória em meio a tantas derrotas.

— Estávamos perdendo por 4 a 0 e fizemos o primeiro gol. Perdemos na convocação do Pagot e Cavendish, perdemos com o afastamento do juiz de Goiás [Paulo Moreira Lima], perdemos com o adiamento da votação de Demóstenes no STF [Supremo Tribunal Federal] e também com o relaxamento da prisão de Cachoeira. Ganhar com a legalidade das provas dá fôlego para a CPI e para quem quer investigar de verdade.

Segundo ele, tentar anular as provas poderia atrapalhar o trabalho da CPI por atrasar o trabalho com recursos e outras questões judiciais. Dessa forma, a expectativa dele é agora concentrar esforços no convite informal para que o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, preste esclarecimentos no Congresso Nacional.

Cerca de 15 parlamentares, entre deputados e senadores que acompanham a CPI do Cachoeira, estão envolvidos na convocação. Eles esperam para esta terça-feira (19) a resposta de Pagot.

A ideia é ouvi-lo em uma sala do Senado ou da Câmara, em reunião aberta e com a presença de algum delegado da Polícia Federal que garanta a autenticidade das provas que serão colhidas. Depois, eles apresentariam uma notícia crime ao Ministério Público e à CPI pedindo investigações, conforme o teor das denúncias.

Demóstenes

Relator do processe disciplinar que investiga a relação de Demóstenes com Cachoeira, o senador Humberto Costa (PT-PE) também viu com bons olhos a decisão da Justiça, mas reforçou que a decisão no Conselho de Ética é política e independe da validade das provas.

— A questão da legalidade é algo que compete ao Judiciário. A nós do Conselho de Ética cabe a questão política e nisso não há que se julgar a validade das provas. Até porque o próprio senador Demóstenes assumiu autenticidade delas na sua defesa.

Na última segunda-feira (18), o STF decidiu adiar a votação e o relator não apresentou seu voto, apenas o relatório que sintetizou o trabalho do conselho nos últimos meses. A expectativa é que na próxima segunda-feira (25) Costa apresente seu parecer e os senadores decidam o futuro de Demóstenes.

Primeira Edição © 2011