Marcha das Vadias: mulheres protestam contra machismo

Orla de Maceió recebeu mulheres, jovens, adolescentes e até homens para protestar contra a violência a mulher

17/06/2012 10:17

A- A+

Luciana Martins

compartilhar:

O nome pode até trazer uma outra interpretação: Marcha das Vadias, mas, o causa da passeata realizada na manhã deste domingo, 17, na orla da Ponta Verde em Maceió é para protestar contra a violência a mulher.

Mulheres, jovens, adolescentes e até homens participaram da caminhada que trazia como grito de ordem: a luta contra o machismo, a não a violência contra a mulher. Com frases pintadas pelo corpo e cartazes pedindo o respeito à mulher, a Marcha das Vadias conclamava a sociedade para participar desta luta.

Ao longo da passeata muitos casos foram citados para mostrar que os índices de violência crescem a cada dia e que o estado de Alagoas ocupa o segundo lugar no ranking de violência contra mulher.

O estudante de economia da UFAL, Weverton Leite apóia o movimento e diz ser importante toda e qualquer luta contra o machismo: “Eu estarei apoiando todas as passeatas contra o machismo, principalmente em Alagoas porque parece que as pessoas desconhecem à violência contra a mulher e homossexuais aqui no Estado”.

Weverton revela que perdeu um parente homossexual por conta da homofobia e por isso acha fundamental que passeatas como estas aconteçam sempre. “Eu vivi dentro da minha família a violência, perdi um primo vítima de homofobia, vítima do machismo”, desabafa o estudante.

O que é a marcha das vadias?

Iniciado em fevereiro de 2011 na cidade canadense de Toronto, a Marcha das Vadias além de protestar contra os números assustadores de violência contra as mulheres, tenta levar o diálogo e o debate de que a mulher é dona da sua própria vida, do seu corpo.

No citado ano, um policial foi convidado por estudantes da Universidade de Toronto para uma palestra sobre segurança. Ao citar as ocorrências de casos de estupro e de ataques contra as estudantes, o policial sugeriu que elas deveriam parar de se vestir como “vadias” ou “vagabundas” para evitar os ataques e os casos de assédios sexuais. A partir disso, cerca de 3000 pessoas saíram às ruas para protestar contra a mercantilização do corpo feminino.

Taxadas, principalmente pela mídia que reproduz os padrões machistas de beleza, as mulheres são diariamente golpeadas por dogmas que pregam que para evitar “problemas” elas têm que se “comportar”. Mas que ideia de “comportamento” é esse, que as limita de serem cidadãs? Tratadas por muitas vezes como objeto de desejo masculino, as mulheres são usadas como souvenir para vender de cervejas a carros. O corpo da mulher é da mulher e a sua beleza e sua vida devem ser respeitadas.

De forma irreverente, os manifestantes – tanto homens quanto mulheres – durante a marcha usam roupas provocantes, para mostrar que suas vestimentas ou suas atitudes não são justificativa para ofensas ou agressões e que suas vidas são dignas de respeito. A Marcha vem também para cobrar ações efetivas de enfrentamento à violência e investimentos em políticas públicas para o Estado como saúde, emprego e educação.

galeria de fotos seta

Primeira Edição © 2011