Amante de empresário da Yoki assassinado depõe nesta segunda (11)

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a testemunha foi identificada pelo detetive particular contratado por Eliza Matsunaga, que confessou ter assassinado o marido após descobrir a traição

11/06/2012 06:22

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Correio 24 horas

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Uma das prováveis amantes do empresário Marcos Matsunaga, executivo da Yoki morto e esquartejado em São Paulo, deve depor nesta segunda-feira (11) no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a testemunha foi identificada pelo detetive particular contratado por Eliza Matsunaga, que confessou ter assassinado o marido após descobrir a traição. A identidade da mulher e o horário do depoimento não foram divulgados.

De acordo com o advogado Luiz Flávio D'Urso, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, contratado pela família do executivo, o depoimento pode ajudar a esclarecer o crime. Apesar de o diretor do DHPP, delegado Jorge Carrasco, ter dado o caso como encerrado, em entrevista à imprensa, D'Urso considera que ainda há pontos a serem aprofundados.

“Não considero o caso encerrado. No tocante à autoria do crime está definido, mas ainda há provas que precisam ser colhidas”, disse o advogado. Ele considera necessário ouvir novamente o reverendo Renê, da Catedral Anglicana de São Paulo, que atuava como conselheiro do casal. Bem como o guarda que parou Elize quando ela transportava os restos mortais do marido.

Há ainda uma terapeuta com quem o casal se consultava para administrar problemas. Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, Grande São Paulo. Segundo a investigação, ele foi assassinado com um tiro e depois esquartejado.

Tamanho da cela
Elize Matsunaga reclamou do tamanho da cela em que está presa para policiais civis. Segundo a Folha de S. Paulo, a cela na cadeia pública de Itapevi, na Grande São Paulo, tem nove metros quadrados.

De acordo com a polícia, Elize comparou a cela com a cobertura na zona oeste de São Paulo onde morava com o empresário Marcos Matsunaga, 42 anos, que matou e esquartejou no final de maio. Elize disse que a cela é menor da cama em que dormia. A cobertura tem 500 m².

Elize responde pelo homicídio do marido, que era herdeiro da Yoki Alimentos. O casal tinha uma filha - na briga final entre o casal Matsunaga ameaçou tomar a guarda da criança levando à Vara da Família a informação de que Elize já foi garota de programa.

Crime
O advogado de defesa, Luciano de Freitas Santoro tentou explicar o que levou Elize a matar o marido. No dia 19 de maio, um sábado, Marcos tinha ido buscar a mulher, a filha e a babá dela no aeroporto.

“Elize tinha ido para o Paraná em companhia da babá e de sua filha. Eles retornaram do aeroporto para casa. A babá foi embora, a criança foi dormir e eles pediram uma pizza. Quando a pizza chegou, a Elize contou para o Marcos que sabia que ele estava traindo”, relatou o advogado.

Segundo o G1, Santoro disse que Marcos teria ficado transtornado. “Eles levantaram da mesa. O Marcos desferiu um tapa na cara da Elize. Ele falou: ‘Eu conheço teu passado, eu vou levar teu passado para Vara da Família.’ Era o caso de ela ter sido garota de programa. Ele usou outras palavras e aquilo foi difícil no momento. Nesse momento, foi desferido o tiro e ceifou a vida do Marcos”.

De acordo com a defesa, Elize pensou em ligar para a polícia depois de atirar, mas desistiu. Ela escondeu o corpo do marido por mais de dez horas em um quarto, até tomar a decisão de esquartejar o corpo e deixar as partes em uma estrada em Cotia, na Grande São Paulo.

Confissão
A viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado.

Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela.

A arma usada para matar o executivo - uma pistola 380 - foi um presente dele para a mulher - Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir.

Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela era considerada uma boa atiradora.

Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10 horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois.

Conhecedora de anatomia - Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -, ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos.

Em seguida, Elize usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada. 

Primeira Edição © 2011