Folha Online
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Na petição à Justiça, a Delta diz que, sem o fôlego da medida, seu rombo em dezembro chegará a R$ 470 milhões, informa é da coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta quarta-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Com o escândalo Cachoeira, credores declararam vencimento antecipado de dívida de R$ 566 milhões. E os devedores deixaram de pagar R$ 796 milhões que a empresa diz ter a receber.
A empresa está envolvida nos escândalos de corrupção investigados pela CPI do Cachoeira. Nas últimas semanas, a Delta foi declarada vencedora em licitações realizadas por regionais do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Mas o Transportes, Paulo Passos, disse ontem que o ministério não tem assinado nenhum contrato com a empreiteira
"Isso não significa que os contratos foram celebrados com a empresa", disse Passos, após participar de um evento de comemoração de 11 anos do Dnit, em Brasília.
Segundo o ministro, 60% dos contratos que a Delta detém com o Dnit vencem até dezembro.
O Dnit é o maior cliente dos serviços prestados pela Delta. Atualmente, a construtora tem 99 contratos ativos com a autarquia, envolvendo serviços de duplicação, construção e manutenção de rodovias federais. Juntos, esses contratos somam R$ 2,518 bilhões, dos quais R$ 1,410 já foram efetivamente pagos. Portanto, ainda há mais de R$ 1 bilhão a receber, caso as obras continuem.
A relação da Delta com o Dnit envolve ainda outros 164 contratos já concluídos e encerrados. Entre 1996 e 2011, o Dnit desembolsou mais R$ 1,593 bilhão para a construtora.
Atualmente, há 19 contratos firmados com a empreiteira que estão paralisados. Destes, 16 estariam parados porque estão passando por alterações.
Outros três, que tratam de obras de manutenção nas BR-304 e BR-116, no Ceará, estão congelados por conta da Operação Mão Dupla, deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2010, em conjunto com a Controladoria Geral da União. À época, aos menos 27 pessoas ligadas ao Dnit foram detidas. A investigação apontava para um suposto esquema articulado dentro da regional do Dnit no Ceará, para fraudar licitações, superfaturar contratos e desviar verbas.
Leia a coluna completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.
Primeira Edição © 2011