Corrupção na Europa agrava a crise financeira, diz relatório

06/06/2012 13:31

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R7

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A corrupção e a falta de transparência na Europa e principalmente nos países do sul (Grécia, Itália, Portugal e Espanha) agravam a crise que vive o continente, segundo um relatório da organização não governamental "Transparência Internacional" publicado nesta quarta-feira em Bruxelas.

"As relações entre a corrupção e a crise financeira e fiscal em curso não podem mais ser ignoradas", indica o relatório.

"Nestes países, a corrupção consiste com frequência em práticas legais, mas pouco éticas, resultado de regras ineficientes, tráfico de influências e relações muito estreitas entre o setor público e o privado", diz a ONG.

O relatório, intitulado "Dinheiro, poder e política: os riscos da corrupção na Europa", denuncia a falta de transparência na tomada de decisões e no financiamento dos partidos políticos.

Dezenove dos 25 países do estudo ainda não dispõem de normas para regular as atividades e só 10 deles proíbem completamente o financiamento não declarado de partidos políticos, diz o estudo.

Frente a esta situação, a ONG fez um pedido aos legisladores europeus para que reforcem a transparência das atividades de lobby e de financiamento das campanhas eleitorais.

"Na Europa, o número de instituições que caracterizam uma democracia e permitem a um país lutar contra a corrupção são mais frágeis do que cremos", explicou Cobus de Swardt, diretor da Transparency International.

"Este relatório expõe questões preocupantes em um momento no qual a Europa precisa de uma cultura política de transparência para sair da crise econômica", disse.

Três de cada quatro europeus consideram que a corrupção é um problema crescente em seus países, segundo várias pesquisas da União Europeia.

Os partidos políticos, as empresas e a função pública são as instituições menos efetivas na luta contra os subornos e os comportamentos inadequados, diz o relatório.

O documento afirma, no entanto, que o continente dispõe de sistemas jurídicos sólidos e bem desenvolvidos.

Muitos governos não dão conta como deveriam de suas finanças e de seus contratos públicos. Além disso, apenas dois países se protegem eficazmente contra as ameaças aos cidadãos que denunciam ante a justiça delitos de corrupção, diz o estudo.

Dinamarca, Noruega e Suécia são os países melhor protegidos contra a corrupção, segundo a ONG.

O relatório também diz que 12 países dos 25 estudados não conferem limites a contribuições individuais aos partidos políticos.

Dezessete países dispõem de um código de conduta para seus parlamentares enquanto que em 11 a declaração pública de bens e juros não é completa.

Por outro lado, nos 20 países europeus existem obstáculos para as pessoas que querem ter acesso à informação pública.

Primeira Edição © 2011