Pesadelo pode reinar na Grécia, se não aceitar resgate

Antonis Samaras afirmou que impasse deve ser incontrolável

31/05/2012 14:50

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Folha.com

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O líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, afirmou nesta quinta-feira que a Grécia pode viver "um pesadelo que não poderá controlar" se não aceitar as medidas da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para garantir o resgate de € 130 bilhões, aprovado em fevereiro.

Samaras afirmou que as eleições podem determinar o futuro do país na moeda única e promete fazer o país voltar a crescer sem a criação de novos impostos e suavizando as medidas de austeridade exigidas para a concessão da ajuda financeira.

"Negar o resgate levaria à saída do euro e a queda dos padrões de vida dos gregos para um terço do atual em um tempo muito curto. Seria um pesadelo real", afirmou. "Os que falam em negar o resgate são como crianças brincando com fósforos dentro de um depósito de pólvora".

De acordo com as últimas pesquisas de opinião divulgadas na Grécia, o Nova Democracia de Samaras lidera com uma vantagem de no máximo cinco pontos para o Syriza, de Alexis Tsipras, que é contrário ao resgate financeiro. Em alguns levantamentos, o partido de esquerda é apontado como líder.

O partido vencedor ganhará uma bonificação de 50 cadeiras no Parlamento de 200 representantes, o que pode ser decisivo para a formação de um novo governo e a definição sobre o acordo com o bloco europeu.

Na semana passada, a União Europeia criou um plano de contingência caso a Grécia saia da zona do euro. No entanto, o bloco considerou que a coalizão política eleita em 17 de junho deverá continuar com as medidas de austeridade e outros cortes de Orçamento, pois consideram a única forma de garantir um futuro próspero para a zona do euro.

A Grécia recebeu em fevereiro um resgate financeiro de € 130 bilhões dos parceiros do euro e do FMI, mas concordou com a implantação de medidas de austeridade para receber o empréstimo. Com o dinheiro, Atenas pôde recuperar o sistema financeiro e garantir a troca dos títulos da dívida pública, evitando a moratória.

SYRIZA

O líder da esquerda radical da Grécia, Alexis Tsipras, disse nesta quinta-feira que cancelaria o pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional que mantém a Grécia à deriva, mas que isso não significa que o país seja obrigado a sair da zona do euro.

"Precisamos cancelar o resgate que levou à catástrofe", disse Tsipras em entrevista ao site enikos.gr. "Substituiremos o plano de resgate com um programa nacional para ressuscitar a economia."

O Syriza, partido de Tsipras, está em segundo lugar nas pesquisas para as eleições de 17 de junho, bem perto do conservador Nova Democracia, que é favorável ao pacote de resgate.

Ele disse que negociaria um novo plano de resgate e que a Grécia não voltaria ao dracma, moeda usada no país antes da adoção do euro.

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