Promotoria denuncia 13 por tumulto na apuração do Carnaval de SP

Elas foram denunciadas por supressão de documentos e dano ao patrimônio municipal

30/05/2012 16:06

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Folha Online

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O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia (acusação formal) contra 13 pessoas que teriam participado do tumulto na apuração do Carnaval de São Paulo deste ano. Elas foram denunciadas por supressão de documentos e dano ao patrimônio municipal. Agora cabe à Justiça decidir se aceita a denúncia e, com isso, abre processo contra os envolvidos.

O Promotoria afirmou que os denunciados invadiram a área de apuração, rasgaram e subtraíram cédulas e depredaram grade, cones e lixeiras para evitar a proclamação de vencedores e rebaixados. Ainda de acordo com o órgão, o prejuízo causados à SPTuris (São Paulo Turismo) é estimado em R$ 4.600.

Foram denunciados o presidente da escola de samba Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão; Alexandre Furtado, presidente da Império da Casa Verde; o diretor da Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão, o Teta; Josélia Alves, a Jô, também da Camisa; o presidente da Gaviões da Fiel, Antônio Alan Souza Silva; o presidente da Pérola Negra, Edilson Casal, o Nego; e Maurício Silva, da Tom Maior.

Também foram denunciados Tiago Tadeu Faria, 29, da Império da Casa Verde, e Cauê Santos Ferreira, 20, da Gaviões da Fiel, que foram presos no dia da confusão e soltos depois de pagar fiança; Washington Alessandro de Campos, o Adão, integrante da Camisa Verde e Branco; Caio de Souza Santos, da Vai-Vai; Wagner da Costa, da Gaviões; e Renato José Narche Jabur Maluf, da Vai-Vai.

No inquérito policial, sete pessoas tinham sido indiciadas e outras duas citadas por "provocar tumulto", uma contravenção penal considerado crime de menor potencial ofensivo.

A Liga das escolas de samba informou que ainda não foi oficialmente notificada e, por isso, só irá se pronunciar após a documentação ser analisada por seu departamento jurídico.

Multa

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo multou as escolas envolvidas no tumulto.

A escola Império de Casa Verde recebeu a maior punição, com a aplicação de multa de R$ 6.774,76 e a suspensão do repasse de dinheiro pela prefeitura. Neste ano, foram repassados cerca de R$ 700 mil para cada escola, mas a Império não receberá nada no ano que vem.

Além dela, outras seis escolas --Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Camisa Verde e Branco, Pérola Negra, Rosas de Ouro e Unidos de Vila Maria-- foram multadas em R$ 6.774,76 por terem algum membro diretamente envolvido no tumulto.

Fora as sete escolas, todas as outras agremiações dos grupos Especial e de Acesso foram multadas pela falha na segurança da apuração, que, pelo contrato do Carnaval, era de responsabilidade delas. As do Grupo Especial foram multadas em R$ 3.387,38 e as do Acesso em R$ 1.914,60.

Confusão

O tumulto ocorreu durante a leitura das últimas notas do Grupo Especial, no Anhembi (zona norte), no dia 21 de fevereiro. As duas últimas notas foram roubadas e rasgadas, o que interrompeu o processo.

A confusão começou quando dirigentes de algumas escolas tentaram invadir o palco onde as notas eram lidas, mas foram contidos por seguranças. Enquanto isso, Tiago Faria, da Império de Casa Verde, driblou a confusão, agrediu o locutor da apuração com um chute, pegou o envelope com as notas e o rasgou.

Policiais militares que estavam no local tentaram proteger os locutores e jurados, mas a confusão foi generalizada. Integrantes de outras escolas também invadiram a área.

O tumulto dentro do Anhembi, onde ocorria a apuração, se espalhou e acabou se tornado vandalismo. Torcedores da Gaviões invadiram a marginal Tietê e chutaram placas da cerca do sambódromo enquanto seguiam em direção à quadra da escola.

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