CPI aprova convocação dos governadores de Goiás e do DF

30/05/2012 15:10

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Folha Online

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A CPI do Cachoeira aprovou nesta quarta-feira (30) a convocação dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), mas rejeitou ouvir o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

A decisão de votar requerimentos convocando governadores levou mais de duas horas, tomadas pelo embate entre o PT e o PSDB na comissão de inquérito.

Perillo, que segundo investigações da Polícia Federal teria loteado seu governo com indicações de Cachoeira e recebido dinheiro do empresário pela venda de uma casa, foi convocado por unanimidade.

Mais cedo, a CPI adiou a votação do requerimento que pedia a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador tucano.

O governador de Goiás esteve ontem no Congresso para pedir ao presidente do colegiado para prestar esclarecimentos, mas não foi ouvido pela comissão. Em entrevista a jornalistas, o tucano afirmou que não tem relacionamento com Cachoeira.

Perillo negou ainda que haja contradição na versão dele e a do ex-vereador Wladimir Garcez, também preso na Operação Monte Carlo, sobre a venda de uma casa no condomínio Alphaville, em Goiânia.

Em depoimento na CPI do Cachoeira, na última quinta-feira (24), Garcez disse que foi ele mesmo quem comprou a casa.

AGNELO

A convocação de Agnelo foi aprovada por 16 votos a favor e 12 contra. O PT foi contrário a chamá-lo, alegando que não há no inquérito nada que ligue o governador ao esquema de Cachoeira.

A PF identificou, entretanto, o envolvimento do seu ex-chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, com o empresário, assim como outros membros do governo do DF.

Monteiro pediu afastamento do cargo após ser citado em conversas telefônicas de pessoas do grupo de Cachoeira. Em uma das conversas, é discutido um suposto pagamento de propina pelo sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, e Cláudio Abreu, então diretor da Delta.

Monteiro também é citado com um dos que teriam celular antigrampo. Ele nega envolvimento com o grupo, mas admite que se encontrou com Dadá por duas vezes, na condição de funcionário da Delta, empresa que faz a coleta do lixo em Brasília.

As datas dos depoimentos de Perillo e Agnelo ainda não foram marcadas.

CABRAL

No caso de Cabral, 17 membros da CPI votaram contra a convocação de do governador fluminense e outros 11 a favor. O PSDB deu votos contra a convocação.

"Vamos chamar o governador do Rio aqui porque ele colocou um guardanapo na cabeça e ficou dançando?", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).

"Vai ficar muito clara a necessidade da convocação quando chegar o sigilo nacional da Delta na CPI", afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

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