Internautas preparam ato após morte de médico

Onda de violência fez governador recorrer a presidente Dilma Rousseff

29/05/2012 07:13

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Marigleide Moura

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O assassinato do médico José Alfredo Vasco Tenório, de 67 anos, na tarde de sábado, 26, no Corredor Vera Arruda, no Stella Maris, trouxe indignação a população de Maceió, por causa da banalidade da vida e do crescente número de homicídios no Estado por motivos fúteis. Agora, internautas convocam a sociedade para um grande ato contra a violência no local do crime, às 19horas de hoje.

Com a morte, uma verdadeira onda de protestos tem sido veiculada nas redes sociais. Um grupo denominado Alagoas, Estado de emergência, no Facebook, já conta com quase 16 mil membros que cobram providências contra a violência instalada no Estado.

Para ter uma ideia da gravidade do caso, somente no fim de semana em que o médico foi assassinado, outras 17 pessoas também foram vítimas de morte violenta em Alagoas. Os dados são do relatório da Assessoria de Comunicação do Instituto Médico Legal de Maceió. O órgão recolheu dezoito cadáveres entre as 18 horas do dia 25, sexta-feira, às 07 horas do dia 28, segunda-feira.

Os números da violência

Segundo o Mapa da Violência 2012, o número de homicídios no Estado cresce de forma acelerada. Conforme dados do mapa, em 1999 a taxa do Estado era de 20,3 homicídios em 100 mil, abaixo da média nacional, ocupando a 11ª posição, poucos anos depois, em 2006, Alagoas passou a liderar o ranking.

Esse elevado crescimento fez com que 11 municípios de Alagoas sejam encontrados entre as 100 maiores taxas do país: com cinco pertencentes à região metropolitana de Maceió: Maceió, Marechal Deodoro, Messias, Pilar e Rio Largo; e seis do interior: Arapiraca, Joaquim Gomes, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Teotônio Vilela e União dos Palmares, todos com taxas de 60 ou mais homicídios em 100 mil habitantes.

Sendo que, de acordo com o Mapa da Violência, a capital alagoana continua a concentrar a metade dos homicídios do estado, com uma taxa pouco vista no histórico dos 30 anos nas capitais brasileiras: 109,9 homicídios em 100 mil habitantes.

Téo pede ajuda a Dilma Rousseff

A crise na segurança pública fez o governador de Alagoas, Teotonio Vilela, recorrer a presidente Dilma Rousseff em busca de ajuda.

Téo embarcou rumo à Brasília e lá terá um encontro com a presidente na manhã de hoje e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ontem o governador de Alagoas participou de várias reuniões com representantes de instituições e entidades envolvidas no combate ao crime em Alagoas.


 

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