Editorial: E a reforma tributária?

28/05/2012 06:53

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Jornal Primeira Edição

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O governo petista, desde os tempos de Lula, tem sido rápido no gatilho quando se trata de retirar direitos dos servidores públicos (como o fim da aposentadoria integral) ou de criar tributos descabidos (como a famigerada taxação dos inativos).

Para ser minimamente justo, entretanto, deveria providenciar, com a mesma presteza, a tão decantada reforma tributária para corrigir distorções que fazem do Brasil um dos países com maior carga de impostos cobrados à população em geral.

Agora mesmo, através do Congresso Nacional, o governo está urdindo uma legislação que acaba de vez com as pensões dos servidores públicos. Isso, depois de ultimar o fim da aposentadoria integral, com o argumento de sempre: “é preciso conter o déficit contínuo do setor previdenciário”.

Cabe ao Planalto buscar meios de equilibrar a Previdência, mas cabe-lhe, do mesmo modo, tomar a iniciativa de reduzir o peso insuportável de sua monumental máquina tributária.
O brasileiro trabalha quatro meses do ano – exatamente isso – só para pagar impostos. São mais de quarenta encargos, entre tributos, taxas e contribuições, sem falar no escorchante Imposto de Renda que pune seletivamente a explorada classe média.

Depois de comprar a briga com os bancos para baixar os juros usurários (com resultados até aqui satisfatórios) a presidente Dilma tem sinalizado para a necessidade de encarar a reforma tributária. A questão é que Lula (favorável à reestruturação dos impostos desde os tempos de sindicalista e de deputado federal) deu um passo atrás tão logo assumiu a presidência da República.

Espera-se, portanto, que, nesse particular, a presidente siga seu próprio caminho e faça o que tem que ser feito.
 

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