Conselho de Segurança faz reunião de emergência sobre massacre na Síria

27/05/2012 14:38

A- A+

BBC Brasil

compartilhar:

O Conselho de Segurança da ONU se reúne neste domingo em caráter de emergência para discutir a morte de pelo menos 90 pessoas, entre elas 34 crianças, na cidade de Houla, na Síria.

O ataque em Houla, ocorrido na sexta-feira, foi descrito como um massacre e é considerado um dos mais sangrentos desde o início da revolta contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, em março do ano passado.

O episódio provocou fortes reações da comunidade internacional.

Pouco antes do anúncio da reunião do Conselho de Segurança, o ministro de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, pediu maior pressão internacional contra o governo de Assad.

Ativistas de oposição acusam forças ligadas ao governo de terem bombardeado a cidade após protestos realizados na sexta-feira.

O governo nega as acusações e credita os ataques a "gangues de terroristas armados".

Rússia

Hague viajou a Moscou para discutir o assunto com seu colega russo. A Grã-Bretanha quer que a Rússia, maior aliado internacional da Síria, aumente a pressão sobre Assad para interromper as mortes de civis.

A Rússia, assim como a China, ambos membros permanentes do Conselho de Segurança, vetaram tentativas anteriores de aprovar uma resolução formal a respeito da crise na Síria.
Segundo diplomatas, a reunião foi convocada depois que a Rússia rejeitou uma declaração conjunta da Grã-Bretanha e da França condenando as mortes.
O governo russo quer informações do próprio chefe da missão de observadores da ONU na Síria, general Robert Mood, que no sábado confirmou o número de mortes no massacre.

Mood disse à BBC que "as circunstâncias que levaram às mortes ainda não estão claras", mas que estão sendo investigadas pelos observadores da ONU no local.

Após o massacre, ativistas de oposição fizeram um apelo para que a ONU atue com mais força para proteger civis.

Os confrontos na Síria continuam apesar da presença de cerca de 250 observadores da ONU, que estão no país para monitorar um cessar-fogo negociado pelo enviado especial da ONU ao país, Kofi Annan.

A ONU calcula que pelo menos 10 mil pessoas já morreram na Síria desde o início da revolta contra Assad.

Primeira Edição © 2011