Notícias sobre a inflação e um cenário internacional ainda preocupante levaram os investidores a buscar proteção na moeda-norte americana nesta quarta-feira, 9. O dólar fechou em alta de 1,29%, cotado a R$ 1,962, o valor mais alto desde 14 de julho de 2009.

Analistas explicam que essa valorização, registrada pelo quarto pregão seguido, foi impulsionada pelo forte clima de aversão ao risco que dominou o mercado financeiro. Existe nesse momento uma grande expectativa em torno da revisão no rating de 114 instituições financeiras, que a Moody’s disse que divulgaria a partir do começo de maio. A persistente indefinição sobre a formação de um governo de coalizão grego e declarações do ministro de Finanças alemão de que não forçaria a Grécia a permanecer na zona do euro se esse não fosse o desejo do país também pesaram contra o euro, as bolsas e as commodities, enquanto o dólar e o iene se beneficiaram.

Na Espanha, o foco das atenções foram os rumores de que o governo espanhol pedirá que os bancos reservem mais dinheiro para cobrir suas perdas. Além disso, o possível rebaixamento das notas de vários bancos da zona do euro, sobretudo da Espanha, sustentou a tensão, que, porém, se diluiu parcialmente no início da tarde, após o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, afirmar que o governo do país está pronto para garantir a estabilidade do Bankia, que deve ser estatizado hoje, bem como do setor bancário mais amplo.

A alta dos preços aqui no Brasil também favoreceu a valorização do dólar. O IPCA de abril subiu 0,64%, uma aceleração em comparação ao mês anterior que surpreendeu o mercado e provocou ajustes em toda a curva de juros a termo.