Alagoas confirma circulação do vírus tipo 4 da dengue nos municípios

Secretaria de Estado da Saúde vem adotando ações para combate à doença e ao mosquito causador; nova tipologia é semelhante às já existentes

09/05/2012 14:16

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Ascom - Sesau

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De acordo com o Boletim Informativo da Dengue desta semana, Alagoas tem confirmados 11 casos do tipo 4 da doença, o DENV-4. Os pacientes são provenientes de Maceió, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Cacimbinhas, Piaçabuçu e Maragogi. Destes oito se infectaram dentro do próprio Estado, comprovando a circulação do novo vírus nos municípios alagoanos.

A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (Sesau), Cleide Moreira, afirma que o isolamento a modalidade viral foi iniciado em meados de abril. “Já tínhamos três casos de pessoas que haviam viajado e que possivelmente se infectaram foram, mas, com essa confirmação, temos oito pacientes que já contraíram a enfermidade aqui”, diz.

Ela ressalta que a descoberta do tipo 4 em Alagoas tem contribuído para o crescimento dos índices gerais da doença. “Observamos que isso contribuiu muito para o aumento. O que acontece é que esse tipo tem os mesmos sintomas dos outros e pode estar dentro dos dados da dengue clássica, que teve aumento de 60% nesse período”, expõe a gestora.

Até esta terça-feira (8), foram notificados 8.568 casos de dengue – contra 5.340 no mesmo período de 2011. A taxa de letalidade, no entanto, teve uma queda de 50%, passando de 12 no ano passado para seis até agora, sendo apenas um confirmado. Dos 102 municípios, 28 estão em epidemia, 31 em alerta, 38 sob controle e cinco não apresentaram informações.

Combate

Cleide Moreira destaca que diversas medidas já foram adotadas pelo governo estadual para combater a epidemia de dengue. Segundo ela, o reforço já acontece naturalmente neste período do ano, quando o Estado apresenta uma maior endemia. “O período hiperendêmico geralmente é de janeiro a junho. Essa curva só começa a cair a partir do segundo semestre”.

Entre as ações promovidas pela Sesau, está o treinamento emergencial em diagnóstico e tratamento da enfermidade para médicos e enfermeiros dos locais em situação de risco. A atividade foi encerrada no último dia 25 e aconteceu nas cidades de Santana do Ipanema, São José da Tapera, Maragogi, Delmiro Gouveia, Maceió, Arapiraca e São Miguel dos Campos.

Mutirões de limpeza, tratamento químico e orientações à população também foram realizados em 20 municípios alagoanos, assim como capacitações para agentes de endemias, entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e tratamento com fumacê. Uma força tarefa da pasta estadual ainda foi a campo para monitorar e desenvolver as atividades.

“Também tivemos uma reunião com 72 municípios que receberam incentivos no Ministério da Saúde para o fortalecimento do combate à dengue. Na ocasião, distribuímos um manual com as informações sobre cada um e as ações a serem adotadas. Além disso, estamos trabalhando com o que estão em epidemia para que diminuam suas taxas”, diz.

Dengue tipo 4

A gerente de Vigilância Epidemiológica da Sesau destaca que o tipo 4 da dengue é semelhante aos demais – apresentando os mesmos sintomas e não sendo mais grave que os outros. “Não tem diferença. A gravidade não depende do vírus, mas sim da resposta de cada organismo e também do número de vezes que o paciente foi infectado”, esclarece Cleide Moreira.

De acordo com ela, uma pessoa pode ser infectada com cada tipo da doença apenas uma vez – depois disso, torna-se imune ao vírus em questão. “Não é possível que alguém se infecte duas vezes com tipo 2, por exemplo, e por isso boa parte da população já é imune. O agravante do 4 é que ele é novo e praticamente toda a população está vulnerável. Isso não significa, no entanto, que ele vá se agravar”, acrescenta.

O período de incubação do vírus da dengue é de três a 15 dias após a picada e nem sempre os sintomas são os mesmos. Os principais são febre, dores de cabeça, nos músculos e nas articulações e, algumas vezes, manchas avermelhadas pelo corpo. O paciente deve ficar em repouso, beber muitos líquidos e evitar a automedicação. 

Primeira Edição © 2011