Editorial desta semana: Bolsa eleitoral

07/05/2012 05:05

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Jornal Primeira Edição

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Se confirmada a informação da mídia, a presidente Dilma vai aproveitar o 13 de maio para anunciar um aumento do Bolsa Família para quem tem filhos de até cinco anos. As mães beneficiárias também serão contempladas com expansão do auxílio creche. Mais: as que não recebem o o bolo oficial poderão se cadastrar para recebê-lo. O auxilio, para quem tem muitos filhos nessa faixa etária, pode chegar a mais de um salário mínimo.

Trata-se de um ‘gesto bonito e humanitário’ da presidente, mas não se deve perder de vista dois aspectos relacionados a esse programa social: seu uso político e a destinação de bilhões de reais aparentemente em troca de nada. Aparentemente, porque a farta distribuição de dinheiro do Bolsa Família acaba transformando as mães pobres em mendicantes do estado, por um lado, e devotas aliadas do governo nos períodos eleitorais, por outro.

O programa social em questão foi criado no governo de Fernando Henrique, com a distribuição de auxílio gás, vale alimentação e bolsa escola, mas foi Lula, na presidência, quem reuniu tudo e batizou de Bolsa Família. Depois, saiu aumentando o universo de beneficiárias e o volume de recursos a elas destinados.

A nova injeção ao programa está sendo preparada de forma calculada: anúncio no dia das mães, a poucos meses das eleições. E, por ‘coincidência’, divulgado alguns dias após o encontro secreto de dona Dilma com o ex-presidente Lula. Dilma é uma técnica, enquanto Lula faz política 24 horas por dia.

Por essa e outras, não exagera quem vive dizendo que o PT, apoiado na legião de fiéis eleitoras do programa Bolsa Família, está ‘predestinado’ a passar 50 anos no poder
 

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