CPI do Cachoeira 'promete espalhar mais sujeira do que o normal', diz 'Economist'

04/05/2012 13:25

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BBC Brasil

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O escândalo do esquema de corrupção comandado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o 'Carlinhos Cachoeira', 'promete espalhar mais sujeira do que o normal', diz a edição da revista britânica The Economist que chegou às bancas nesta sexta-feira.

A revista diz que escândalos como esse são comuns em Brasília, mas que a CPI que investigará o caso coloca políticos de todos os partidos na berlinda.

A reportagem cita o envolvimento do senador Demóstenes Torres e de outros políticos - e lembra que Torres foi descrito como um homem de 'princípios e convicções' em uma lista dos cem brasileiros mais influentes publicada em 2009 pela revista Época.

'Até agora, os custos políticos da investigação parecem recair sobre a oposição ao governo de centro-esquerda de Dilma Rousseff', diz o texto.

'Mas as revelações não são necessariamente um presente político para Rousseff.'

Planos

Segundo a reportagem, apesar de a linha dura adotada pela presidente contra a corrupção desde o início de seu governo lhe garantir 'uma reserva de credibilidade com o público', os resultados de CPIs costuma ser imprevisíveis.

'Mesmo que Rousseff saia politicamente ilesa, a investigação provavelmente irá atrapalhar alguns de seus planos', diz o artigo, citando a votação sobre a distribuição dos royalties do pré-sal e projetos de infra-estrutura para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que podem ser atrasados, especialmente pelo envolvimento da construtora Delta, que está sendo investigada.

'Quanto mais a podridão na política brasileira é exposta, menor o número de políticos nos quais os brasileiros sentem que podem confiar', diz a revista.

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