Maceió/AL: controle populacional dos animais de rua, a melhor solução é a castração

"Os animais não estão na rua porque nasceram lá, mas porque foram abandonadas na rua", explicou Cristiane Leite em reportagem ao Primeira Edição

03/05/2012 06:41

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Jessica Pacheco

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O número de animais abandonados pelas ruas de Maceió só vem aumentando nos últimos anos. Muito se fala sobre os problemas que esses animais podem causar como acidentes de trânsitos, zoonoses, além de deixar a ‘cidade feia’. Mas o que poucos ligam, ou desconhecem, é que esse problema poderia ser evitado com um simples procedimento cirúrgico que é feito até sem custo através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Maceió, a castração.

A problematização da multiplicação de animais nas ruas da capital alagoana vem tomando grandes proporções e, apesar da luta das entidades que lutam em favor da causa animal em Maceió, nada tem sido feito de concreto para solucionar o problema.

DivulgaçãoOs prejuízos para os animais é grande, mas sobretudo o problema afeta a sociedade que passa a ser alvo de inúmeras doenças que podem ser transmitidas pelos animais de rua e de acidentes de trânsito, por exemplo.

“A multiplicação desenfreada de animais de rua significa uma preocupação para toda a sociedade e isso a gente pode evitar”, disse Cristiane Leite, presidente da ONG Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa Maceió). “A importância da castração são inúmeras, mas o controle populacional é a principal”, explicou.

DivulgaçãoPara a presidente do Neafa, toda essa problematização poderia ser evitada se os donos dos animais tivessem consciência do mal que eles estariam evitando ao realizar a esterilização do seu animal.

“Por que ninguém se engane, hoje a quantidade excessiva de animais nas ruas de Maceió, não é por que eles nasceram lá, são animais que foram abandonados nas ruas e isso acarreta muitos prejuízos a própria sociedade”, explicou Cristiane.

Alguns acham que a eutanásia é a melhor forma de manter sobre controle a população animal nas ruas de Maceió, contudo, para Cristine Leite e os demais lutares da causa animal, esse só é um meio ‘desumano’ de se livrar temporariamente do problema. A solução realmente é desenvolver a cultura de esterilização.

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O próprio Centro de Controle de Zoonoses de Maceió (CCZ), que vinha sendo alvo de inúmeras críticas perante os ONGs animais e a própria sociedade, realiza as esterilizações gratuitas dos animais. Basta que a proprietário entre em contato com o Centro e agende o procedimento.

Contudo Cristine garante que o procedimento não é caro, muito menos quando é realizado em demanda. De acordo com ela, o Neafa Maceió tem um estimativa de 400 atendimento de animais por mês, desses mais de 50% são realização de esterilizações.

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“Por isso eu brinco que não há melhores em cirurgias de esterilizações do que os veterinários do Neafa”, disse ela.

A preocupação com a esterilização dos animais de pessoas carentes e de rua não é exclusividade do Neafa, nesta última semana, a ONG Grupo Vida Animal de Maceió, juntamente com protetores individuais de animais em Maceió, lançaram um campanha para a castração desses animais.

A idéia é angariar fundos perante a sociedade e realizar a castração de animais de pessoas carentes e de rua.

Divulgação“Vendo o quadro cada vez maior de animais abandonados, pensamos no que fazer além das feiras de adoções que realizamos periodicamente, e aí veio a idéia desta campanha para angariar fundos para assim realizar castrações em cães e gatos na tentativa de minimizar um pouco os nascimentos indesejados, os quais na maioria das vezes vão terminar abandonados nas ruas”, explicou a coordenadora do GVAM, Luceli Mergulhão.

Segundo a voluntária, somente o idealismo não é suficiente para resolver o problema, se faz necessário também cobrar uma política nacional de controle de natalidade de cães e gatos.

“Precisamos de leis que responsabilizem os donos dos animais e proporcione um eficiente trabalho de vigilância epidemiológica, só assim garantiria qualidade de vida para todos”, pediu.

Desta forma, o GVAM resolveu agir e lançou a campanha que tem por meta esterilizar dez gatas ou cadelas por mês, e para isso, a ONG tentar colher a ajuda mensal de ao menos 30 pessoas doando R$ 25, sem a obrigação de doar todos os meses.

A ONG se compromete a todos os meses enviar um relatório para o email dos doadores sobre as castrações que foram realizadas.

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“Essa é uma idéia modesta, mas temos que começar, mesmo aos poucos, uma mudança nesse quadro de tanto abandono e sofrimento dos animais, pois além do controle de natalidade a castração também evita o aparecimento de tumor de mama, piometra, doenças sexualmente transmissíveis e outras”, explicou Luceli.

O GVAM também busca o apoio de clínicas veterinárias para essa campanha.

Idades caninas e felinas para esterilização

De acordo com informações da médica veterinária, Cristiane Leite, presidente do Neafa, os animais podem ser esterilizados a partir:

Caninos: macho, entre oito a dez meses de vida, pois o índice de infecção urinaria cai; a fêmea, dependendo do porte, pode a partir do sete meses, seis meses, antes do primeiro cio, pois incidência de câncer é ainda menor.

Felinos: o macho tem que esperar até dois meses de idades; e a fêmea, dois cinco ou seis meses, perto do cio.

Para Mais Informações:

Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis – Neafa Maceió - 3221-0193 / 9910-4592.

Grupo Vida Animal de Maceió – (82) 9625.3013 / 8888.6570

Centro de Controle de Zoonoses de Maceió CCZ Maceió - (82) 3315-5469

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