Sem aceno dos gestores, anestesistas ameaçam deixar o SUS

Em greve desde o dia 14 de março, categoria espera contraproposta da Secretaria Municipal de Saúde

02/05/2012 09:06

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Marigleide Moura

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Com uma tabela defasada e sem nenhuma proposta dos gestores para reajustar os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Maceió, os médicos anestesistas anunciam que vão radicalizar o movimento grevista iniciado dia 14 de março. Segundo o presidente da cooperativa dos anestesistas, Dário Braga, o descredenciamento do SUS é a alternativa que resta a categoria, disse em entrevista ao Primeira Edição na manhã desta quarta-feira (02).

“Desde o início da negociação que começou em 2011, em setembro, com o secretário Adeilson Loureiro, a categoria espera uma contraproposta, mas infelizmente o secretário se cala e como consequência a população sofre por falta de atendimento médico, de cirurgias necessárias ao tratamento de saúde”, contou Dário Braga.

Ainda de acordo com Braga, alguns profissionais já entregaram os documentos para o descredenciamento nos hospitais de Maceió. A tendência, segundo o médico, é que aos poucos todos deixem o SUS e as cirurgias eletivas fiquem restritas ao Hospital Geral do Estado, ao Hospital Universitário ou a Santa Mônica, explicou.

A cooperativa dos anestesistas alega que os valores pagos em Alagoas são os mais baixos do Nordeste. Conforme a Coopanest, são pagos R$ 45,00 para um anestesista pelo SUS. O mesmo profissional recebe R$ 452, 00 em um procedimento em enfermaria, se for pago por convênio. Já em comparação com Estados vizinhos a discrepância é ainda maior. Em Pernambuco, os anestesistas recebem R$ 333, 00 e no Piauí R$ 303,00.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), diz que a proposta de reajuste defendida pelos anestesistas provocaria um impacto financeiro de mais de R$ 1 milhão/mês aos cofres do município de Maceió.

Contraproposta

Questionada sobre uma contraproposta, a SMS disse por meio da assessoria de comunicação, que toda informação sobre a negociação com os médicos ocorre diretamente com o secretário Adeilson Loureiro. Procurado pela reportagem do Primeira Edição, Loureiro não atendeu nem retornou as ligações telefônicas. 

Já o secretário-executivo do Gabinete de Prefeito, Pedro Alves, disse que o prefeito Cícero Almeida está trabalhando para que seja encontrada uma solução e a greve chegue ao fim em Maceió. No entanto, Alves disse que uma das dificuldades para conceder o reajuste está no desfinanciamento da saúde. 

Reunião

Na próxima sexta-feira, dia 04, uma reunião com representantes dos anestesistas, dos gestores dos hospitais e das secretarias de Saúde do Estado e de Maceió deve acontecer no gabinete do desembargador James Magalhães. O objetivo é viabilizar um acordo e a paralisação seja encerrada.


 

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