Relator da CPI quer convocar Cachoeira e ex-diretor da Delta

02/05/2012 12:46

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R7

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O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), apresentou na tarde desta quarta-feira (2) sua sugestão para o roteiro de trabalho da comissão que vai investigar a relação de empresas e políticos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro.

Cunha quer que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) se reúna três vezes por semana — às segundas, quartas e quintas-feiras — e inicie sua apuração com os depoimentos do próprio Cachoeira e do ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu.

A proposta do relator inclui ainda a quebra de sigilos dos envolvidos. A CPMI recebeu hoje os inquéritos do STF (Supremo Tribunal Federal) relacionados às operações Monte Carlo e Vegas, da Polícia Federal, que investigaram os negócios de Cachoeira.

O bicheiro é acusado de comandar uma máfia que explorava jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal. Além disso, é suspeito de corrupção, pagamento de propina e de tentar influenciar decisões do Judiciário em seu próprio benefício. Para isso, Cachoeira mantinha uma ampla rede de contatos, da qual faziam parte políticos, empresários e representantes de órgãos públicos.

Em sua proposta, o relator da CPI sugeriu convocar para prestar depoimento, além de Cachoeira e Abreu, Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como auxiliar do contraventor; Geovani Pereira da Silva, suspeito de ser o contador da quadrilha; e o sargento da Aeronáutica na reserva Idalberto Araújo, conhecido como Dadá.

Todos são citados em gravações da Polícia Federal como pessoas próximas e ligadas ao bicheiro e teriam participado do esquema comandado por ele.

Além deles, Odair Cunha propôs que sejam convocados também o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, um dos pivôs do escândalo do mensalão; o delegado da PF Deuselino Valadares; os empresários José Quintella e Romênio Machado; e a ex-mulher do contraventor, Andrea Souza.

O petista também pediu a quebra de sigilo das empresas Ideal Segurança, Brava e Aberto e Pantoja, suspeitas de serem empresas de fachada usadas por Cachoeira.

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