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A íntegra do inquérito sigiloso que investiga as relações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO e ex-DEM) com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, vazou.
O documento foi divulgado pelo site Brasil 247 depois de o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski autorizou o envio de cópias do inquérito para a CPI que investiga o caso no Congresso Nacional.
No pedido de abertura de inquérito, o procurador geral da República Roberto Gurgel diz que o senador mantém estreitos vínculos pessoais e profissionais com o bicheiro, preso pela PF (Polícia Federal) em fevereiro na Operação Monte Carlo. Segundo Gurgel, as conversas, quase que diárias, revelam “graves indícios de que o parlamentar valia-se do seu cargo para viabilizar interesses econômicos comuns com Cachoeira”.
No documento, a participação do senador “está associada principalmente à atividade da empresa Delta Construções”, em que é classificado como “sócio oculto”. Demóstenes é acusado de receber R$ 3,1 milhões do grupo de Cachoeira.
Na quinta-feira, a Comissão de Ética do Senado entrega relatório sobre as denúncias. A decisão sobre a abertura de processo, que pode resultar na cassação de Demóstenes, será tomada no dia 8.
O patrimônio de Demóstenes quadruplicou apenas quatro meses depois das eleições de 2010, segundo “O Estado de S. Paulo”. Antes da eleição, ele declarou bens no valor de R$ 374 mil. Após ser reeleito, comprou um imóvel avaliado em R$ 1,2 milhão.
Primeira Edição © 2011