CEI da Transpal ouve lideranças estudantis e dos trabalhadores

Comissão quer explicações das empresas sobre planilha de custos

25/04/2012 09:11

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Divulgação

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A Comissão Especial de Inquérito, que investiga o aumento das tarifas dos transportes públicos de Maceió (CEI da Transpal), ouviu hoje (25) lideranças dos movimentos estudantis, Sindicato dos Rodoviários, Forca Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). O objetivo foi receber subsídios da demanda de usuários do sistema de transporte da capital.

Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da CEI, vereador Paulo Corintho (PDT), e contou com a presença dos vereadores Marcelo Malta (PCdoB) e Heloisa Helena (PSOL).
O representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Thiago Souza, declarou que é necessário investimento em transporte de qualidade, corredores de ônibus e aumento do número de Veículos Leves sobre Trilhos (VTLs). Para ele também é preciso acabar com os moto-táxis e táxi-lotação.

Ele sugeriu ainda o aumento de investimentos em ciclovias de qualidade. “As pessoas, hoje, acham mais necessário ter um carro do que a própria residência e isso precisa ser revisto. Mas para mudar é preciso investimentos urgentes em transporte de massa de qualidade”, colocou o estudante.

O presidente da CEI perguntou se o posto de serviço da Transpal, localizado na Ufal, está funcionando a contento. Thiago Souza respondeu que o posto passou semanas fechado e a Transpal alegou problemas relacionados com fibra ótica, de responsabilidade da empresa de telefonia Oi. “Os estudantes noturnos sofrem para recarregar seu cartão, pois o posto da Transpal fecha às 18h. Além disso, é necessário aumentar o número de linhas para atender a demanda da Ufal”, afirmou.

Lindinaldo Freitas, representante da União da Juventude Socialista (UJS), disse que é necessário envolver o Ministério Público nas investigações da CEI, pois o órgão está fiscalizando o processo licitatório das empresas de ônibus. Ele também defendeu a implantação do passe livre e lembrou que o transporte público de qualidade é direito constitucional, assim como a saúde e a educação.

Daniel Moura, representante da Bicicletada, defendeu que o transporte coletivo deve-se tornar público de fato, da mesma forma que a coleta de lixo, iluminação pública, entre outros serviços. “Todos pagamos impostos para termos nosso lixo coletado e iluminação nas ruas. Ninguém paga tarifa para ter o lixo recolhido. O transporte deve ser da mesma forma, como acontece em alguns países da Europa. Todos os cidadãos devem subsidiar o transporte público e não só os usuários”, sugeriu.

Paulo Corintho declarou que irá marcar uma nova audiência para ouvir mais uma vez os representantes da Transpal e Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).
Segundo Corintho, eles precisam explicar vários questionamentos da Comissão, referentes aos documentos e planilhas de custos enviados ao Legislativo Municipal, que justificariam o reajuste da tarifa de ônibus. "Na ocasião, as lideranças que estiveram presentes na reunião de hoje, serão convidados para ouvir diretamente deles as respostas para seus questionamentos", frisou Paulo Corintho.

Ele disse que a documentação entregue já foi analisada e foram detectados alguns pontos que precisam ser melhor explicados. Entre eles, estão despesas especificadas na planilha de custos, como pneus, fardamento, salários, entre outros. "A SMTT e a Transpal alegam que o somatório desses itens justificariam a tarifa atual. Vamos solicitar as notas fiscais que comprovam esses gastos”, completou o vereador.

Corintho acrescentou que será questionada, também, a competência da Transpal para a comercialização do vale transporte e porque é cobrada uma taxa de recadastramento para emissão da carteira estudantil, já que essa emissão não gera despesas, pois o cartão é o mesmo. “Queremos saber ainda onde esses recursos são aplicados”, salientou Corintho. 

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