O descaso da Unimed com seus usuários foi tema de discussão na sessão de hoje (24), da Câmara Municipal de Maceió. O assunto foi levantado pelo presidente da Casa, vereador Galba Novaes (PRB). Ele deu um testemunho do que passou quando precisou utilizar o hospital da Unimed para um atendimento de emergência para sua mãe.

Segundo Galba, sua mãe foi atendida na clínica da Unimed, que a encaminhou para a emergência. Porém, quando chegou ao local, ele não encontrou nenhum médico e enfermeiro no local. “Precisei chamar uma prima, que é médica, para fazer o atendimento. A médica da Unimed só apareceu muito tempo depois, quando foi solicitado um hemograma. Diante disso, ela mandou minha mãe ir para casa, alegando que o resultado do exame iria demorar muito. Eu não aceitei isso e, por amizade, consegui um leito para minha mãe, no Hospital Arthur Ramos, pois a Unimed estava lotada. Para resumir, se dependesse dessa médica da Unimed, minha mãe teria ido para casa e morrido”, relatou Novaes.

Ele acrescentou que irá fazer uma representação na Justiça contra a Unimed e denunciar o caos da instituição ao CRM. “Só consegui atendimento para minha mãe por causa da influência. A Unimed não tem a mínima condição de atender o volume de usuários que possui. Estão fazendo da medicina um grande comércio. São várias ações na Justiça para se ter direito a exames e outros procedimentos, pois além do péssimo atendimento, o plano não cumpre o que é estabelecido no contrato”, denunciou.

Galba Novaes continuou afirmando que os médicos da Unimed tratam os pacientes como inimigos. “A desatenção da Unimed é de dar nojo. Não se respeita nem o Estatuto do Idoso, que deveria ter prioridade, mas não tem. Eu sou uma pessoa conhecida, detentor de um cargo público e quem não tem isso? Quem não é conhecido? Isso me revolta. As pessoas pagam caro pelo plano e não tem a atenção necessária”, finalizou.

O vereador Théo Fortes (PTdoB) disse que o atendimento da Unimed em Maceió é inadmissível. “Se o Galba não tivesse um médico na família, a assistência teria sido precária. E o cidadão que não tem essa oportunidade, morre? Negar assistência médica é crime”, frisou.

A vereadora Silvânia Barbosa (PPS) declarou que a Unimed está limitando os exames. Segundo ela, as mensalidades não são baratas e os médicos só dão diagnóstico de virose, sem pedir nenhum hemograma. “Já vimos casos de óbito, que o médico diagnosticou com virose e não era. São milhares de reclamações graves. Quem não tem conhecimento morre nos corredores da Unimed e os médicos tratam o paciente igual animal. A pessoa está doente e se sentindo mal e ainda é mal tratada na Unimed”, protestou.

Número de vereadores

O vereador Paulo Corintho (PDT) utilizou a tribuna para afirmar que os pré-candidatos do seu partido estão agitados por causa da indefinição do número de vereadores que a Casa de Mário Guimarães terá na próxima legislatura.

Ele disse que a indefinição não é culpa da Câmara de Maceió, e sim do Congresso Nacional. “Não temos a definição de quantos vereadores serão eleitos nesta Casa, na próxima legislatura, pela falta de respeito do Congresso. A lei é mal feita, pois eles não têm compromisso com o povo. A PEC dos vereadores é mal elaborada. O PDT fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que se manifeste, já que nossos congressistas estão brincando de legislar”, ressaltou.

O presidente Galba Novaes explicou que irá convocar uma reunião com todos os vereadores, com o objetivo de chegar a um consenso em relação ao quantitativo de edis para a próxima legislatura.

De acordo com Novaes, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia Antunes Rocha, emitiu parecer dizendo que o prazo para alterar o número de vereadores encerra-se em 30 de junho, mesmo prazo para o encerramento das convenções partidárias.

“Todas as Câmaras têm até esta data para votar o número exato de vereadores. Todos sabem que nunca fui contra a representatividade, mas com responsabilidade. Não temos espaço físico e nem condições financeiras para comportar 31 vereadores, que é o teto máximo estipulado pela lei, para municípios com 1 milhão de habitantes”, argumentou Galba Novaes.

CEI da Transpal

A audiência pública da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Transpal, que estava inicialmente marcada para o próximo dia 26, foi antecipada para amanhã, dia 25, por conta do Parlamento na Praça, que será realizado na quinta-feira, em Fernão Velho. A informação foi confirmada pelo presidente da CEI, Paulo Corintho.

Nesta audiência, devem ser ouvidos movimentos sindicais, estudantis, dentre outras entidades da sociedade civil organizada. Logo em seguida, a CEI deve marcar uma nova data para ouvir representantes de empresários e da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).

Vistoria em Edifícios

Durante a sessão, foi aprovado o projeto de lei, de autoria do vereador Galba Novaes, que obriga todas as edificações de Maceió a passarem por vistoria periódica, evitando que ocorra desabamentos, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro. O projeto foi elaborado, atendendo solicitação do Conselho de Engenharia e Arquitetura do Estado de Alagoas (Crea) e demais instituições do setor imobiliário.