AL recebe técnicos de Vigilância Sanitária para discutir uso de agrotóxicos

Evento, que começou nesta terça-feira (24), pretende avaliar impacto dessas substâncias e planejar ações; Estado tem mantido níveis satisfatórios

24/04/2012 11:38

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Assessoria

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Os bons resultados de Alagoas no controle de agrotóxicos nos alimentos foram ressaltados nesta terça-feira (24), durante a abertura da I Reunião Nacional do Programa de Análises de Resíduos de Alimentos (PARA). O evento, que acontece no Hotel Jatiúca até a próxima sexta (27), reúne técnicos de vigilância sanitária de todo o País para discutir questões relacionadas ao tema.

O encontro pretende planejar as ações deste ano e avaliar os impactos das substâncias tóxicas para a saúde humana. Além disso, durante os quatros dias serão abordados também a qualidade da água de consumo quanto à presença de defensivos, os avanços na legislação de culturas que utilizam agrotóxicos – ou fitossanitários – e o monitoramento do mercado brasileiro.

Para o secretário de Estado da Saúde (Sesau), Alexandre Toledo, os debates são de extrema importância. “É uma satisfação receber esse evento, que é fundamental não apenas para a secretaria, mas para a população como um todo. Os defensivos agrícolas têm sido usados indiscriminadamente, o que é muito perigoso, e é importante que trabalhemos isso”, disse ele.

Na primeira palestra da manhã, o gerente geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Luiz Cláudio Meirelles, apresentou algumas das informações colhidas ao longo dos últimos anos. Segundo ele, de 2002 a 2010, cerca de 14.700 amostras de todo o Brasil foram analisadas pelo PARA, que recebeu um investimento de R$ 40 milhões.

O gerente destacou ainda que somente 37% das coletas feitas em 2010 não apresentaram níveis de fitossanitários – outros 35% foram considerados satisfatórios, mas com a presença de resíduos, e 28% tiveram taxas insatisfatórias para o consumo humano. “Em algumas delas, encontramos até oito agentes ativos, o que apresenta um risco muito alto à saúde”, afirmou.

“Apesar da entrada recente no PARA, o trabalho de Alagoas para evitar isso tem sido muito bem feito, tanto que está recebendo esse encontro nacional. O Estado tem obtido resultados bem favoráveis no controle da presença de agrotóxicos nos alimentos e isso é muito bom”, acrescentou Luiz Cláudio, lembrando que, atualmente, 230 agentes ativos são monitorados.

Para aprimorar ainda mais as ações do projeto, o evento terá um treinamento sobre o Sistema de Informação e Gerenciamento de Amostras (Sisgap), que permite o acesso dos envolvidos e o monitoramento dos produtos enviados à Anvisa. Os servidores que ingressaram no programa recentemente também passarão por uma capacitação.

Além do secretário de Saúde e do gerente de Toxicologia, participaram da abertura ainda a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Sandra Canuto; o diretor da Vigilância Sanitária, Paulo Bezerra; a coordenadora do PARA em Alagoas, Edleuza Rodrigues; e o representante da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Agrário, José Antônio Amorim. A solenidade contou com uma apresentação cultural do projeto Inaê.

Coleta e análise - Em Alagoas, a coleta dos alimentos é feita em 25 supermercados de grande e médio porte e a escolha dos mantimentos fica a cargo da Anvisa, que muda as variedades a cada três meses. No primeiro trimestre de 2012, os escolhidos foram abacaxi, cenoura e laranja – as amostras de todos os estados são enviadas para um laboratório em São Paulo.

Os níveis de defensivos agrícolas encontrados em legumes, verduras e frutas comercializados no Estado têm sido satisfatórios e estão menores que o aceitável, que é de 2%. “O trabalho eficiente da equipe vem conseguindo manter essas taxas dentro do permitido e já foi elogiado nacionalmente”, disse a coordenadora do PARA, Edleuza Rodrigues.

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