UTIs utilizam droga sedativa que proporciona conforto ao paciente

23/04/2012 07:03

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Divulgação

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Quem já passou pela experiência de ficar em observação numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conhece os efeitos de uma sedação excessiva. O principal deles é o estado de letargia a que fica submetido a maioria dos pacientes, que podem permanecer dopados durante boa parte do período de internação, alternando momentos de consciência e de sonolência profunda.

“De acordo com o medicamento e a dosagem utilizada na sedação, aumentam as chances de mortalidade, de permanência prolongada na UTI e de complicações como o delirium, onde o paciente apresenta déficit de memória e de atenção, sonolência e perda de cognição”, explicou o presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e médico intensivista José Mario Teles. Ele explicou que não se deve confundir o delirium com o estado de delírio, cuja origem é o transtorno psicótico.

Em diversos casos, acrescenta José Mário Teles, as complicações do delirium podem se revelar até um ano após a internação, o que mostra a necessidade de um cuidado maior dos hospitais com o tipo de medicamento e o nível de sedação dos pacientes.

Sedação com conforto

Em sua estada em Maceió para a posse da médica Cláudia Falcão à frente da seccional alagoana da AMIB, o baiano José Mário Teles destacou a importância da Acreditação conquistada pela Santa Casa de Maceió e, por tabela, a adoção de protocolos de sedação.

“O protocolo de sedação é fundamental, já que permite a padronização de procedimentos nas UTIs. Aliado à adoção de medicamentos modernos, como a dexmedetomidina, é possível garantir ao paciente um nível de conforto que permite eliminar as dores e o desconforto comuns do período de internação em UTI”, avalizou o baiano José Mário Teles.

A médica intensivista Cláudia Falcão comentou que os profissionais das UTIs Geral e Neurológica da Santa Casa de Maceió já administram este tipo de droga sedativa obtendo bons resultados junto aos pacientes.

Recente pesquisa médica, a que José Mário Teles teve acesso, revelou que entre 3 mil pacientes pesquisados, cerca de 70% sentiram dor ou apresentaram momentos de agitação. Por outro lado, outras publicações demonstram que ainda existe uma prática de provocar sedação excessiva. “É preciso haver um equilíbrio. Por isso, vivemos um momento de sedação com conforto e guiada para alcançar uma meta”.

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