Aumento de vereadores: Batalha perdida

23/04/2012 04:50

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Jornal Primeira Edição

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A Câmara Municipal de Maceió vai aumentar seus gastos, contra os interesses da cidade e contra a vontade popular, porque dessa decisão depende a reeleição da maioria dos vereadores.

De quanto vai ser o aumento, não se sabe ainda, com precisão. Mas não é difícil deduzir: se a Casa, com 21 membros, gasta R$ 36 milhões, quanto terá de despender com 31 vereadores?
Não fosse 2012, um ano de eleições, ainda assim os ilustres legisladores teriam ampliado o colegiado, de olho no futuro. Fazê-lo em pleno ano eleitoral passou a ser questão de sobrevivência.

É tão segura a certeza de que a partir de 2013 o Legislativo Maceioense passará a ter 31 edis, que dispensa o esforço tolo do presidente Galba Novais em dizer e repetir que “não há nada decidido”, ou seja, que poderá ser menos de 31.

Tolice, porque os vereadores não iriam abrir mão de uma vantagem consolidada em troca de nada. Isso mesmo. De nada porque, para os políticos da Praça Deodoro, o interesse da população vale precisamente ‘nada’. Eles, em primeiro lugar e acima de tudo.

Pela Constituição, a Câmara poderá ter até 31 membros. Então, por que não 25, 27 ou 29? Por que o limite máximo? Porque mais vagas significam mais chances de reeleição. Muito simples.

O presidente pode até desdenhar lembrando que não será candidato a novo mandato. Tudo bem, mas lançará um filho para sucedê-lo, assim como ele, Galba Novais, sucedeu o próprio pai.

É lamentável, mas não se chega à outra conclusão: a luta popular, apoiada pela mídia, para evitar mais despesas na Câmara, resultou em batalha perdida. Irremediavelmente perdida.
 

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