Breivik pede desculpas à família de uma vítima e a feridos sem filiação

23/04/2012 13:07

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EFE

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O ultradireitista Anders Behring Breivik se desculpou nesta segunda-feira perante os parentes de uma das vítimas e os feridos sem filiação política nos atentados do último dia 22 de julho na Noruega, nos quais morreram 77 pessoas.

Breivik se referiu concretamente a um transeunte que morreu no atentado com um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, no qual faleceram oito pessoas, e outras que ficaram feridas e não tinham 'relação' com os partidos ou com os diferentes ministérios, já que não são 'alvos legítimos'.

'Quero enviar-lhes uma grande desculpa e lamentar o ocorrido. O objetivo não era atacar civis inocentes como eram estes', disse hoje no último dia de sua declaração no julgamento.

O promotor Svein Holden lhe perguntou depois se queria apresentar uma desculpa similar aos demais familiares das vítimas dos atentados, mas Breivik respondeu com um breve 'não' e reiterou que pelo menos 44 dos 69 mortos no massacre da ilha de Utoeya tinham 'postos de responsabilidade' na Juventude Trabalhista.

O extremista norueguês sabia que entre as cerca de 600 pessoas que estavam no acampamento em Utoeya - um 'campo de doutrinamento', segundo ele - havia voluntários de uma ONG que considera 'parte do lobby pelo asilo político que trabalha para que a Noruega acolha o maior número possível de refugiados'.

Breivik insistiu que tem consciência do 'sofrimento' que causou aos familiares, mas que era 'uma pequena barbárie para impedir outra barbárie maior', a destruição da cultura e do povo norueguês nas mãos dos defensores do 'multiculturalismo'.

O ultradireitista norueguês acrescentou que ele também sacrificou tudo, família e amigos inclusive, embora ele mesmo tenha feito essa escolha.

Breivik, que na sexta-feira passada explicou detalhes do massacre de Utoeya, assinalou hoje que suas lembranças eram vagas e que para reconstruir os fatos tinha sido ajudado pelos relatórios policiais, mas continuou revelando alguns aspectos novos.

Disse por exemplo que tinha poupado a vida de Adrian Pracon, secretário da Juventude Trabalhista na região de Telemarca, porque o jovem parecia 'ser de direita' e que lhe lembrava a ele mesmo.

Pracon é um dos sobreviventes do massacre e, após recuperar-se de seus ferimentos, escreveu um livro sobre suas lembranças, o que recebeu grande atenção midiática na Noruega.

Breivik revelou também que pensou em colocar de antemão um pequeno avião em Utoeya para fugir depois do massacre, mas no final descartou a ideia.

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