Equipe de Annan quer envio rápido de mais observadores à Síria

19/04/2012 14:44

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Reuters

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O representante do mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira que um rápido envio de mais observadores para a Síria era necessário, apesar dos riscos contínuos e da violência persistente, relataram diplomatas do conselho à Reuters.

Jean-Marie Guehenno afirmou ao conselho de 15 países que o envio de mais observadores militares desarmados "teria o potencial para mudar a dinâmica política em terra", contou um diplomata sob condição de anonimato. Outro diplomata confirmou os comentários.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ao conselho na quarta-feira que a Síria não cumpriu integralmente o plano de paz de seis pontos de Annan, mas delineou planos para o "envio inicial" de até 300 observadores para a Síria por três meses para supervisionar uma frágil trégua entre as forças leais ao presidente Bashar al-Assad e os combatentes de oposição que buscam derrubá-lo.

Diplomatas haviam dito que a carta de Ban e Guehenno seria crucial para determinar se as condições são adequadas para a definição de uma missão de monitoramento maior na Síria, onde a repressão de Assad a manifestantes pró-democracia ao longo de 13 meses provocou uma revolta que levou a nação à beira da guerra civil.

Diplomatas norte-americanos e europeus no conselho sugeriram que a falta de comprometimento total da Síria com as suas obrigações para acabar com a violência pode deixá-los relutantes em aprovar uma nova resolução, que seria necessária para uma missão maior.

No entanto, enviados disseram que seria difícil rejeitar o pedido de Annan para rapidamente aumentar a equipe preliminar de observadores da ONU, que seguiu para a Síria após o Conselho de Segurança aprovar uma resolução no sábado autorizando a missão.

"Há amplo acordo entre os membros do conselho de que devemos estar prontos para autorizar uma missão completa, mas (existem) preocupações reais sobre o cumprimento das condições para a sua implantação, para que a missão esteja no caminho certo e não sofra o destino conhecido de outras", disse um diplomata à Reuters.

Uma missão de monitoramento anterior da Liga Árabe terminou em fracasso e a equipe saiu da Síria.

"Além disso, claramente não há uma interrupção sustentada da violência como exigido pela resolução (de sábado), ainda há tanques e artilharia pesada posicionados e a violência está aumentando para níveis vistos antes do início de abril", disse o enviado. "Portanto, há muito estresse sobre a importância de avançar em todos os aspectos do plano de Annan."

O plano de paz de Annan pede o fim dos combates entre forças de segurança do governo e rebeldes, a retirada das armas pesadas das cidades, o retorno do Exército para o quartel, acesso a ajuda humanitária e diálogo entre o governo e a oposição visando uma "transição política" para o país.

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