"Psicopatas do amor" como Carminha não criam vínculos; reconheça atitudes dessas pessoas

A psicopatia, em geral, é associada a crimes brutais

18/04/2012 13:57

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UOL Comportamento

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Carminha (Adriana Esteves), de "Avenida Brasil", tem aparência frágil, que esconde sua natureza psicopata. Para especialistas ouvidos por UOL Comportamento, a personagem apresenta sinais do transtorno da personalidade antissocial. A psicopatia, em geral, é associada a crimes brutais. Mas as principais características de alguém que tem o distúrbio são a incapacidade de internalizar regras sociais, ausência de remorso, falta de empatia e um raciocínio extremamente particular, em que qualquer atitude justifica a realização de um desejo. Na vida real, há pessoas que usam o amor --na ficção, o de Tufão (Murilo Benício)-- de alguém para conseguir o que querem: status, dinheiro, vingança e até afeto.

Segundo o psiquiatra Leonard Verea, a novela tem uma função educativa, pois ajuda a identificar, através do comportamento de Carminha, psicopatas que podem estar ao seu lado. "Em momentos de estresse e tensão, essas pessoas nunca costumam agir de modo descontrolado. A frieza e a lucidez que demonstram são admiráveis. São manipuladoras e têm alta capacidade de liderança", explica o médico.

A psiquiatra Laís de Siqueira Bertoche afirma que a identificação de um psicopata, muitas vezes, é difícil. "Mas o que os destaca é que são pessoas muito sedutoras, que buscam a vantagem em tudo. Vale o fim, sem se importar com os meios", conta. A sedução nem sempre acontece pelo viés sexual –seria uma espécie de teia, em que o psicopata vai enredando as pessoas que lhe interessam.

"Se for de seu interesse, tentarão comprar o outro com mimos e atenções constantes, fazendo com que você se sinta mal por pensar algo ruim sobre elas", diz a especialista, que dá uma dica: estar atento e perceber se o discurso é compatível com a ação, através do modo que a pessoa se refere a terceiros e, principalmente, a subordinados, já que tende a desqualificar alguns e enaltecer aqueles que podem ser úteis.

Um dado importante é o modo como reagem quando ficam frustrados. "Observe, também, se agem de acordo com os valores que professam", diz Laís. Já a psicóloga Cecília Zylberstajn sugere prestar atenção no relacionamento com as pessoas mais próximas, com quem deveriam ter vínculos afetivos. "A relação é sempre superficial, mesmo com filhos", diz ela.

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