Atirador norueguês pede absolvição ou morte

18/04/2012 13:24

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Reuters

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O atirador norueguês Anders Behring Breivik disse nesta quarta-feira que ele deveria ser executado ou absolvido por ter matado 77 pessoas no verão passado no que diz ter sido uma batalha para defender a Europa da imigração.

"Há apenas dois resultados justos para este caso: absolvição ou a pena de morte", disse o fanático anti-islâmico de 33 anos, classificando a perspectiva de uma condenação à prisão de "patética".

A Noruega não tem pena de morte e a condenação naquele país não pode exceder os 21 anos, embora Breivik possa ficar preso pelo resto da vida caso seja julgado que ele represente perigo. Ele também poderá ser condenado a ficar por tempo indeterminado em uma instituição mental.

"Se você abraça a morte antes de entrar em ação, você fica dez vezes mais forte", disse Breivik. "Eu abracei a morte."

Breivik fez a declaração depois de um exaustivo dia de depoimentos, no qual os promotores contestaram a apresentação que ele fez de si como um cruzado defendendo a Europa da imigração em nome de um grupo de militantes ultranacionalistas.

"Espero que você não gaste mais tempo tentando me ridicularizar", disse Breivik em determinado momento à promotora Inga Bejer Engh.

Breivik, que matou oito pessoas com um carro-bomba em Oslo no dia 22 de julho e depois atirou em outras 69 pessoas em um acampamento de jovens do Partido Trabalhista, começou a ser julgado na segunda-feira.

Ele se disse inocente das acusações de terrorismo e homicídio, alegando "necessidade", e chamou suas vítimas de "traidores" com ideias simpáticas aos imigrantes.

Questionado sobre como se transformou do adolescente vândalo no próspero oeste de Oslo em um assassino metódico, ele afirmou ter ajudado a fundar um grupo militante chamado "Cavaleiros Templários" em 2001, mas não quis dar nenhum detalhe que fundamentasse a afirmação.

O grupo Cavaleiros Templários original foi uma irmandade medieval de cavaleiros europeus que promoviam cruzadas anti-islâmicas.

Breivik ignorou cinco questões consecutivas sobre supostos aliados e tentou várias vezes dizer aos promotores como eles deviam se exprimir. Ele ficou visivelmente irritado e girava uma caneta na mão.

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