Ação é apenas informativa, mas a partir da próxima semana fiscais do órgão vão autuar estabelecimentos que não se adequarem as normas
Jessica Pacheco
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Na manhã desta terça-feira (17), agentes da fiscalização da Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) deflagraram uma ação contra a Poluição Sonora no Centro de Maceió. A operação era de cunho informativo e preventivo, mas a partir da próxima semana comerciantes reincidentes serão autuados.
De acordo com a chefe da fiscalização da Sempma, Elizabete Sibaldo, a operação visa dar continuidade a um projeto antigo da Secretaria contra esse tipo de crime ambiental no Centro da cidade, que é palco de inúmeras denúncias dessa espécie.
“Nós temos uma lista com denúncias, vamos hoje e amanhã em todos esses pontos comerciais daqui do Centro para uma ação de educação e conscientização. A partir da próxima semana, vamos dar continuidade com o segundo momento, já autuando, levando o material se for necessária”, explicou Elizabete. “Para ter esse som ligado, o comerciante tem que ter uma autorização ambiental, se ele já não a possuir, nós levaremos o material no ato, mas isso a partir da próxima semana”, disse.
Antes da ação iniciada hoje, agentes de fiscalização da Sempma realizaram um mapeamento dos pontos mais críticos do Centro, e, de acordo com o coordenador da Fiscalização, Jean Freire, as ruas Do Comércio, Cincinato Pinto e Moreira e Silva são as ‘campeãs’ de denúncias. Segundo Freire, a ‘guerra’ entre os comerciantes é um dos principais motivos para isso.
“Eles disputam o som, querem colocar um mais alto que o outro, viram o som um na direção do outro, é um verdadeira disputa e quem perde a população que está sujeita a problemas de saúde”, disse Jean. “Além disso, muitas dessas denúncias são de comerciantes, denunciando outros comerciantes, por isso que a gente tem que apurar todas antes de sair autuando”, explicou.
Com um medidor de decibéis em punho, os fiscais da Sempma entraram de loja em loja no Comercio de Maceió e orientaram os comerciantes. De acordo com fiscal Gerônimo Ferreira, a medida permitida é de 60 decibéis, contudo, a sensibilidade do aparelho medidor capta vários sons ao mesmo tempo, dessa forma, a fiscalização nas lojas vai trabalhar com o número de 70 decibéis do lado de fora da loja, na rua, e 70 decibéis dentro do estabelecimento, por conta do prejuízo que pode ser causado aos próprios funcionários.
“Se você só esta passando por aqui, a medida de 75 decibéis ainda é considerado saudável, mas para trabalhadores daqui do Centro que convivem com 80, 90 decibéis diariamente, essa medida é extremamente prejudicial”, explicou Geronimo. “O ideal é 60 decibéis, mas como o aparelho é muito sensível, ela capta todos os sons de uma vez, e se formos exigir os 60 decibéis, vai inviável o trabalho dos lojistas, por isso que é necessário o bom senso da fiscalização também”.
Poluição sonora é crime, pela Lei nº 4.548/96, e pode causar diversos danos a saúde humana, desde perdas de audição e depressão, à dores de cabeça, falta de concentração, cansaço, entre outros problemas.
Segundo o agente Geronimo Ferreira, descumprir essa Lei é comum no Comércio de Maceió e com certeza não vai ter fim com apenas essa ação e para coibir isso, a Sempma precisa da ajuda da população, denunciando esses infratores.
“Pode ter certeza, eles estão baixando o som agora, pois estamos aqui. Quando sairmos, eles vão aumentar de novo.Todas essas lojas já são reincidentes, só estamos dando mais um chance. Nós vamos manter essa fiscalização freqüente e precisamos da ajuda da população. Muita gente denúncia, mas poucos levam a frente, tem medo e assim fica difícil para a Sempma trabalhar”, disse o fiscal.
Conforme o agente Rubens Bastos, depois de conscientizados, os comerciantes reincidentes ficaram sujeito a penalidade, como autuações, multas e até o recolhimento do material. Segundo ele, depende do flagrante, se o ponto comercial é reincidente ou não, da insistência do comerciante e da documentação.
“A gente pode chegar e ver a necessidade de levar o som. Vai depender do bom senso do fiscal”, disse ele.
Além das visitas aos pontos comerciais, a Sempma montou uma tenda no meio do Comercio, onde educadores ambientais do órgão ficaram a disposição da população para informações e também para receber denúncias.
Primeira Edição © 2011