Último porto do Titanic presta homenagem às vítimas irlandesas

11/04/2012 13:19

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Reuters

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 Parentes dos passageiros irlandeses que se afogaram quando o Titanic naufragou há 100 anos se reuniram nesta quarta-feira no último porto do navio de cruzeiro, na Irlanda.

Ao mesmo tempo, as autoridades do país tentam aproveitar o aniversário da tragédia para incentivar a economia local.

O presidente irlandês, Michael D. Higgins, liderou a cerimônia em Cobh, onde embarcaram há um século os 123 últimos passageiros do Titanic - em sua maioria, emigrantes irlandeses pobres. Apenas 44 deles sobreviveram.

"É uma história muito comovente e também muito trágica. Aqui eles embarcaram em um dos navios mais bacanas já construídos e tiveram um final tão lamentável", disse Helen Murphy, sobrinha neta de Nora Hegarty, de 18 anos, que partiu de Cobh a bordo do Titanic para emigrar aos Estados Unidos com uma prima.

Nenhuma delas sobreviveu ao desastre. Ambas eram passageiras da terceira classe.

Aproximadamente 1,5 mil pessoas assistiram à cerimônia, realizada em um palco com vista para o mar. Alguns moradores subiram até o terraço do Commodore Hotel, no último porto de alguns dos passageiros irlandeses mais ricos.

A cidade costeira, que tem uma base naval e registrou um forte declínio na taxa de emprego nas últimas décadas com o fechamento de uma siderurgia, conta com a história do Titanic para atrair investimentos à região.

Dos 6 bilhões de pessoas que emigraram da Irlanda entre 1848 e 1950, 2,5 milhões saíram de Cobh, conhecida como Queenstown até 1922, de acordo com o centro do patrimônio histórico local.

A HISTÓRIA SE REPETE

O aniversário do Titanic está "reorientando nosso foco para a questão da emigração... que, é claro, tem se tornado um grande problema na Irlanda de novo", disse a acadêmica Louise Ryan, de 45 anos, em visita a Cobh depois de mudar de Cork para Londres, onde trabalha.

A emigração de cidadãos irlandeses subiu 45 por cento entre 2010 e 2011 após a forte alta da taxa de desemprego, que hoje está em mais de 14 por cento e que em 2007 era de 4,6 por cento, antes da explosão da bolha imobiliária e da crise econômica.

"A história se repete. Não se trata apenas da névoa da época", disse Ryan.

O crescimento no turismo é visto pelo governo como um dos motores importantes da economia doméstica, que precisa crescer para a Irlanda resolver a sua questão com a dívida.

Primeira Edição © 2011