Morte de casal homossexual é o oitavo registrado em Alagoas em 2012

GGAL emite nota onde cobra elucidação dos crimes. Márcio Santos e seu companheiro Eduardo foram encontrados com sinais de tortura

11/04/2012 13:23

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Fran Ribeiro

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Os corpos do vendedor de lanche Márcio Lira Santos e de seu companheiro Eduardo, encontrados no último dia 30 de março em um canavial na cidade de Rio Largo, com sinais de tortura e crueldade, se torna mais um número negativo para os homicídios motivados por homofobia.

O casal havia desaparecido há 12 dias, quando se preparavam para uma viagem. Sem notícias, a família de Márcio começou as buscas pelo seu paradeiro. Na residência do vendedor havia sinais de arrombamento, apesar de que nenhum objeto de valor foi roubado.

Na segunda-feira (09), os corpos foram reconhecidos por familiares no Instituto Médico Legal (IML). Em avançado estado de decomposição, foram encontrados marcas de tiros. O casal foi morto com requintes de crueldade, tendo os olhos perfurados e os arrancados, caracterizando crime por homofobia.

Nesta quarta-feira (11) o Grupo Gay de Alagoas (GGAL) emitiu nota à imprensa onde cobra, novamente, um posicionamento do Estado para o combate à violência contra gays, lésbicas, travestis e transgêneros. Só em 2012, este é o oitavo caso de homicídio contra homossexuais registrados em Alagoas.

A entidade cobra ainda a elucidação dos casos para que as vidas perdidas por crimes de intolerância nãosejam esquecidos, já que a omissão é um dos fatores de crescimento da morte de homossexuais. Das 21 mortes registradas em 2011, apenas cinco tiveram seus inquéritos concluídos e os responsáveis tiveram suas prisões decretadas pela Justiça.
 

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