Operação Espectro: Eduardo Tavares diz que dará nomes aos bois

Durante posse dos novos integrantes do Gecoc, Eduardo Tavares e Alfredo Gaspar afirmaram que darão respostas à sociedade

11/04/2012 08:59

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Marcela Oliveira

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“Não haverá conclaves. Voltamos com carta branca e não vamos proteger quem quer que seja”, foi o que garantiu o novo coordenador do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual (Gecoc), o promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, que tomou posse na manhã desta quarta-feira (11) no prédio-sede do MPE. Ao lado dele, atuarão também os promotores Hamilton Carneiro Júnior e Antonio Luiz dos Santos Filho.

O novo coordenador do Grupo, que fez parte da primeira composição da gestão do procurador-geral de Justiça Eduardo Tavares, enfatizou que dará continuidade ao seu antecessor, o promotor Luiz Vasconcelos. “Não vai haver diferença. Voltamos com o mesmo espírito que tínhamos na primeira passagem. Não somos melhores que ninguém. A sociedade precisa acreditar em homens públicos”.

Para o procurador Eduardo Tavares, a mudança foi um processo natural, mas destacou que essa nova composição dará respostas mais rápidas à sociedade. “Temos a necessidade de dar uma dinâmica à estrutura e repostas mais rápidas. Alfredo é vocacionado para isso”, disse ele acrescentando que o Gecoc, cujo objetivo é combater o crime organizado, vai direcionar seu trabalho para os casos de mais gravidade.

Na solenidade, também tomaram posse o novo subprocurador-geral Judicial, Afrânio Roberto Pereira de Queiroz e o novo subprocurador-geral Administrativo, Sérgio Jucá.


Operação Espectro

Quanto à Operação Espectro, que desbaratou um esquema de desvio milionário na Secretaria de Defesa Social, Tavares e Alfredo Gaspar de Mendonça foram uníssonos: todos os envolvidos serão punidos.

Tavares disse que o trabalho é demorado devido à grande quantidade de documentos apreendidos. “Há três dias chegou um caminhão aqui com documentos. Precisamos apurar. E, se há gestores envolvidos, eles terão que pagar. Nós vamos dar nomes aos bois, mas com responsabilidade”.

O promotor Luiz Vasconcelos, que deixa a coordenadoria do Grupo, concorda com o procurador. “Já temos as provas. Elas estão sendo analisadas para especificar o grau de responsabilidade de cada um dos envolvidos. Mas não podemos nos precipitar”. 

Alfredo Gaspar de Mendonça disse que no inquérito não constam nomes de gestores, mas que isso “não é desculpa para se chegar até eles” e ainda que não haverá algum conclave para proteger quem quer que seja.
Ele ainda destacou que o inquérito da Operação Espectro foi denunciado em 2009 e que passou dois anos no gabinete do então diretor-geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco.

De acordo com as investigações, empresas vendiam produtos alimentícios para os órgãos do Estado, mas não entregavam os produtos e triplicavam o valor nas notas fiscais. Setenta e três empresas estão sendo investigadas por participação na fraude e o rombo no cofre do Estado pode ultrapassar R$ 300 milhões.
 

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