OAB/AL encaminha relatório ao MPE/AL denunciando 'mostruosidades' do Zoonoses de Maceió

Presidente da Comissão de Bem Estar Animal da OAB/AL já encaminhou relatório ao MPE sobre situação 'desumana' do CCZ de Maceió

10/04/2012 06:48

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Jessica Pacheco

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Depois de inúmeras denúncias recebidas, a comissão de bem estar animal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas encaminhou um relatório ao Ministério Público Estadual (MPE/AL) e aguarda providências do órgão quanto à situação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Maceió.

“O que acontece por lá é monstruoso. O que fazem [o CCZ] semanalmente é desumano”, disse Dra. Adriana Alves, presidente da comissão do Bem Estar Animal da OAB/AL. “Temos um caso concreto e diariamente recebemos muitas denúncias sobre as atrocidades que acontecem por lá. Mas a OAB não tem competência de Polícia, só podemos encaminhar a situação e o MPE deve tomar as providências”, explicou.

Ascom OAB/ALA direção do CCZ de Maceió não nega as eutanásias que realiza nos animais que lá chegam, mas justificam como sendo uma medida necessária, já que o local se encontra superlotados de animais de rua.

Sobre essa justificativa, a advogada foi enfática e afirmou que é falsa. Segundo ela, os canis estão vazios e, mesmo que isso acontecesse, não se pode permitir a eutanásia de animais saudáveis. Para a advogada, o procedimento só deve ser utilizada em último caso, quando o animal pode trazer risco a saúde da população e deve ser justificado através de laudo circunstancial do técnico que o vai realizar.

“Recebemos denúncias que até filhotes, que são tão facilmente adotados, estão sendo eutanasiados por lá”, disse. “Eles estão colocando a carrocinha na rua, mas é só isso que estão fazendo: recolhendo para matar. Nós queremos que eles façam uma política de educação ambiental, um trabalho de esterilização, campanhas para adoção. Não matar simplesmente”, enfatizou dra. Adriana Alves.

Arquivo PessoalPara a protetora de animais, Luceli Mergulhão, voluntária do Grupo Vida Animal de Maceió (GVAM), a culpa não é tão somente do CCZ, mas também da população e dos governantes que não obedecendo e criam medidas públicas em defesa dos animais indefesos.

“Não defendendo o CCZ, mas não é só culpa deles. A sociedade tem sua parcela de culpa aí também, pois se a sociedade fosse mais consciente de seus direitos e deveres saberiam cobrar dos governantes uma política mais justa para os animais e o CCZ não estaria fazendo matança que faz hoje”, desabafou Luceli.

Segundo a presidente da Comissão de Bem Estar Animal da OAB/AL, o relatório sobre a situação no CCZ de Maceió já foi encaminhado ao MPE, que tem uma comissão só para casos ambientais, e amanhã já deve estar nas mãos da procuradora Dalva Tenório.

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