Após 4 pregões em baixa, dólar sobe 0,60% e vai a R$ 1,8310

No mês, a moeda norte-americana acumula valorização de 0,22% e, no ano, ainda recua 2,03% ante o real

10/04/2012 15:36

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Economia & Negócios

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Mesmo sem leilão de compra do Banco Central pela 4ª sessão seguida, o dólar no mercado à vista subiu hoje, interrompendo quatro pregões em baixa. O ajuste do preço foi acompanhado de aumento dos negócios, principalmente no mercado futuro, em resposta dos investidores ao quadro externo ruim e à reafirmação pelo governo brasileiro de que a taxa Selic deve seguir em queda e que o combate a apreciação do real persiste.

O ganho diário do dólar no balcão, de 0,60%, a R$ 1,8310, compensou quase toda a perda de 0,71% acumulada nas quatro sessões anteriores. No mês, a moeda apura alta de 0,22% e, no ano, ainda cai 2,03% ante o real. Na BM&F, o dólar spot terminou com queda de 0,67%, a R$ 1,8311. O giro total registrado na clearing de câmbio até 16h59 somava US$ 1,824 bilhão (US$ 1,6 bilhão em D+2).

O fluxo cambial diário foi negativo, sobretudo pela demanda de importadores no mercado à vista. Já no segmento de derivativos cambiais, o destaque de compra foi um grande banco europeu, observou um operador de tesouraria de um banco nacional.

No mercado de dólar futuro, nesse horário, o vencimento para maio 2012 subia 0,85%, a R$ 1,8410, com um giro financeiro 68% maior que o anterior, de US$ 17,015 bilhões. No total, US$ 17,039 bilhões foram contabilizados com quatro vencimentos.

Pelo posicionamento dos agentes financeiros, é possível afirmar que os fundos nacionais e hedge funds estrangeiros estão sustentando as posições compradas em cupom cambial, enquanto os bancos nacionais estão vendidos neste mercado, observa o economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora. No mercado de cupom cambial, segundo ele, os bancos estão vendidos líquidos em US$ 9,1 bilhões, enquanto os investidores institucionais nacionais (fundos nacionais) estão comprados em US$ 8,1 bilhões e os hedge funds estrangeiros também estão comprados em US$ 1 bilhão.

No segmento de dólar futuro, as posições ontem estavam bem equilibradas: os bancos detinham 412.881 mil contratos de compra (cerca de US$ 2,064 bilhões) e 412.010 contratos de venda (US$ 2,060 bilhões); as pessoas jurídicas financeiras (excluindo bancos, DTVM e corretoras) estavam compradas em USS 1,4 bilhão; e os fundos estrangeiros estavam vendidos em US$ 1,6 bilhão. Vale pontuar que, na virada de março para abril, as posições compradas de fundos nacionais e as vendidas de bancos eram expressivas, mas foram zeradas, demonstrando que havia incerteza sobre a tendência do dólar.

Agora, diz Nehme, cresce a percepção de que o fluxo cambial tende a ser negativo e que o dólar vai subir. Por isso, houve antecipação de compras à vista e no futuro antes da divulgação amanhã dos dados do setor externo, avalia. 

Primeira Edição © 2011