Conselho de Ética do Senado elege esta semana presidente que decidirá futuro de Demóstenes

Eleição está marcada para terça-feira e cargo será do PMDB

09/04/2012 05:27

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R7

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Os integrantes do Conselho de Ética do Senado Federal se reúnem nesta terça-feira (10) para escolher o novo presidente. O eleito deve ser do PMDB e terá uma missão importante assim que assumir: decidir se a Casa vai ou não dar prosseguimento ao pedido de cassação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Demóstenes é suspeito de participar de esquema de jogos ilegais, como o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, comandado pelo empresário Carlos Ramos Araújo, o Carlinhos Cachoeira. Gravações da Polícia Federal revelam a ligação entre o senador e o bicheiro e apontam, inclusive, que Demóstenes recebia dinheiro de Cachoeira e atuava em favor dele.

O cargo de presidente está vago desde setembro do ano passado, mês em que o senador João Alberto (PMDB-MA) deixou a Casa para ocupar um cargo no governo de Roseana Sarney. O vice-presidente e atual presidente interino, senador Jayme Campos (DEM-MT), se declarou impedido de decidir por pertencer ao partido de Demóstenes - até o início do mês o senador goiano era o líder do DEM no Senado. No último dia 3 de abril, ele pediu desfiliação do partido para evitar um proceesso de expulsão.

De acordo com a assessoria de imprensa do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), nesta segunda (9) o partido vai anunciar quem será o nome escolhido. O PMDB tem direito ao cargo seguindo o critério da proporcionalidade partidária - o partido é a maior bancada do Senado.

O PMDB tem cinco representantes no Conselho de Ética do Senado, entre titulares e suplentes, no Conselho de Ética. Os titulares são Edison Lobão Filho (MA), Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR). Na suplência estão Valdir Raupp (RO) e Eunício Oliveira (CE).

Eunicio Oliveira está impedido por ser o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Lobão Filho, por sua vez, é vice-presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). O cargo e a decisão sobre o futuro político de Demóstenes deve ficar entre Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdir Raupp.

Na semana passada os senadores do partido já comentaram que não queriam o "pepino". Julgar os colegas não é uma tarefa fácil já que muitos políticos têm o telhado de vidro e podem ser os próximos em um processo de quebra de decoro parlamentar.

Assim que assumir o cargo de presidente o senador escolhido já deve decidir se abrirá ou não processo disciplinar contra Demóstenes. 

Primeira Edição © 2011