Com a greve dos anestesistas, cerca de 3.500 cirurgias deixaram de ser feitas em Maceió

Anestesistas do SUS estão parados desde o dia 14 de março; apenas urgência e emergência estão sendo feitos

09/04/2012 07:49

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Marigleide Moura

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Há três semanas paralisados por falta de acordo com os gestores, os médicos anestesistas deixaram de realizar cerca de 3.500 cirurgias eletivas (aquelas necessárias ao tratamento de saúde) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Maceió. Os dados são de um levantamento feito pela Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas.

De acordo com Dário Braga, diretor da cooperativa, a categoria ainda aguarda uma resposta da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS), que desde o dia 19 de março, em reunião, segundo ele, se comprometeu em apresentar uma proposta de reajuste nos valores pagos aos profissionais.

Dário explica que os médicos anestesistas querem uma equiparação com a tabela CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). “Essa tabela é uma referência para o processo de hierarquização, foi confeccionada pelo Conselho Federal de Medicina e norteia todos os movimentos do Brasil”.

Segundo a cooperativa, atualmente há uma defasagem muito grande no pagamento dos profissionais em Alagoas. São pagos R$ 45,00 para um anestesista pelo SUS. O mesmo profissional recebe R$ 452, 00 em um procedimento em enfermaria, se for pago por convênio. Já em comparação com Estados vizinhos a discrepância é ainda maior. Celi disse que em Pernambuco, os anestesistas recebem R$ 333, 00 e no Piauí R$ 303,00.

Já a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, alega que a proposta de reajuste defendida pelos anestesistas provocaria um impacto financeiro de mais de R$ 1 milhão/mês aos cofres do município de Maceió.

Mobilização

Nesta terça-feira (10), um grupo de anestesistas estará reunido com o procurador-geral, Eduardo Tavares, no Ministério Público Estadual. No encontro, os médicos vão pedir apoio a instituição para que a greve chegue ao fim.

Na quarta-feira, às 19 horas, haverá uma assembleia da categoria no auditório da Unicred. A expectativa é que nesta reunião os anestesistas aprovem o retorno das atividades em duas unidades hospitalares na capital: Hospital Sanatório e Hospital dos Usineiros que se comprometeram a fazer o repasse da CBHPM com recursos próprios. 

Já o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Novaes, assumiu o compromisso com os médicos de convocar o secretário Municipal de Saúde, Adeilson Loureiro, e o secretário Estadual de Saúde, Alexandre Toledo, e também gestores de hospitais para discutir a questão dos repasses de verbas para a cooperativa. O encontro ainda não tem data definida.
 

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