A Itália e o Brasil planejam apresentar um projeto conjunto de remodelação de uma favela no Leme durante a Conferência Rio+20, em junho. A iniciativa foi divulgada na quinta-feira pelo ministro italiano do Meio Ambiente, Corrado Clini. O nome da comunidade beneficiada será divulgado após a concretização do acordo entre os dois países.

— Um dos projetos que queremos apresentar na Rio+20 é a remodelação de uma favela no Leme. É uma ideia que conta com o apoio do prefeito Eduardo Paes, com quem vamos nos reunir durante essa visita ao Brasil — disse Clini.

Projeto vai respeitar parte da arquitetura da favela

Segundo Clini, o projeto arquitetônico pretende utilizar parte das construções que já existem, evitando simplesmente derrubá-las:

— A ideia é que a favela seja respeitada em suas formas e que possamos dar a seus moradores uma melhor qualidade de vida.
O ministro italiano disse ainda que o projeto prevê a melhoria no acesso à comunidade. O objetivo principal é favorecer a circulação na favela e aproveitar a localização privilegiada, com vista para o mar.

— O que se busca é integrar a comunidade ao resto da cidade, em vez de condená-la a ser apenas um gueto — disse.

O ministro italiano do Meio Ambiente fez o anúncio na quinta-feira durante um seminário organizado pela embaixada da Itália em Brasília, que contou com a presença de autoridades e empreendedores.

Na ocasião, Clini destacou o desejo de implementar o trabalho de forma conjunta como prova de que é possível unir crescimento econômico sustentável, sem causar riscos ambientais.

Clini ainda falou sobre as reformas na embaixada italiana, que ganhará um sistema de geração de energia elétrica e purificação da água utilizada no edifício. Segundo ele, com o fim das obras, a embaixada italiana será sustentável e verde.

Já o embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, anunciou que o primeiro-ministro Mario Monti levará à Cúpula Rio+20 o melhor de seus empreendedores, com objetivo de encontrar soluções para os problemas ambientais, que devem ser alcançadas sobretudo com a participação das empresas privadas em cooperação com os governos.

Um grupo de 70 empresários italianos e brasileiros participou do seminário, que analisou temas diversos, como energia, água, e projetos arquitetônicos.

De acordo com uma funcionária do Ministério do Meio Ambiente, as propostas elaboradas por Clini serão muito bem recebidas na reunião das Nações Unidas no Rio.

— O Brasil quer exercer uma liderança suave, respeitando as relações com a Europa, África e América Latina, e priorizando as convergências, acolhendo opiniões — enfatizou.