Bico Legal - uma imoralidade

02/04/2012 05:13

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Redação

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A instituição do chamado Bico Legal, através de lei estadual, deve ser ignorada – quando não repudiada – pelo governador Teotonio Vilela, assim como por toda e qualquer autoridade comprometida com a legalidade e a ética na gestão pública.
Instituir o Bico Legal significaria admitir oficialmente a falência do Estado em todos os sentidos, pois que tornaria legal exatamente aquilo que a lei proíbe pelo que tem de ilegal.
O estado que não pode pagar decentemente aos agentes de sua própria Força Pública não tem condições de ser estado. Por isso, em vez de legalizar o ilegal, deveria reintegrar-se a Pernambuco.
O tal Bico, aliás, não deve ser repelido apenas por seu caráter imoral e ilegal, mas também por sua incapacidade de produzir minimamente os resultados apregoados por seus defensores.
Produziria, sim, efeitos contrários, com a Polícia Militar correndo sério risco de ver o papel de seus integrantes totalmente desvirtuado. Afinal, que atitude o PM tomaria se enxergasse mais vantagem no Bico do que no exercício da função policial?
Por outro lado, se o Bico constitui ajuda de custo irrisória, fica mais do que evidente que o governo pode bancá-lo, bastando para isso melhorar o nível da remuneração da Policia Militar (e, por extensão, da Polícia Civil e demais setores da segurança pública).
Proposta indecente e descabida, o Bico Legal, além de ilegal, seria humilhante para os que ingressam na PM com a missão de resguardar a ordem pública. Humilhante porque, aos olhos da sociedade, o policial logo deixaria de ser policial para se converter em reles biqueiro. Um indigente, um mendicante, enfim.

QUESTÃO DA DÍVIDA 1
Téo Vilela deveria pedir que o governo federal ao menos suspendesse, por alguns meses, a cobrança do ‘serviço’ da dívida, que transfere à União, todos os meses, a bagatela de R$ 50 milhões.

QUESTÃO DA DÍVIDA 2
Pedir, simplesmente, que o governo renegocie os termos da dívida e deixe de cobrar os juros, não vai funcionar nunca, porque os demais estados em crise exigiriam tratamento isonômico.

O TOMBO DO SENADOR QUE PREGAVA A ÉTICA
O (ainda) senador Demóstenes Torres acaba de morrer por falência múltipla de suas virtudes éticas e morais. Sua ligação com o crime foi um choque para a sociedade brasileira, habituada que estava a vê-lo combater o bom combate no Congresso Nacional. E chocou ainda mais por se tratar de um ícone das oposições.

ATAQUES GRATUITOS
Quem disse que Renan Calheiros é candidato à presidência do Senado? Um assessor responde: “Exclusivamente, quem especula esse propósito com o intento de expô-lo a críticas gratuitas”.

HERDEIRO EM CAMPO
Mauro Guedes Júnior (filho do ex-vereador Mauro Guedes (ou Mauro Jegue) está trabalhando sua candidatura à Câmara Municipal. Pretende representar os interesses do velho bairro de Bebedouro.

O SEGUNDO PARECIDO COM O PRIMEIRO
O prefeito Cícero Almeida está conseguindo derrubar o mito de que o segundo mandato nunca se compara ao primeiro. Com obras importantes em andamento e uma virada na gestão da assistência social, Almeida surpreende protagonizando um segundo mandato mais do que produtivo. Será, por isso mesmo, um dos mais importantes cabos eleitorais no processo sucessório de outubro vindouro.

CASA DE CAMPO
Se há algo que o Baldomero Cavalcanti não tem é aparência de presídio. Parece – e muito – com uma casa de campo, dessas que se costumam construir em grandes propriedades rurais.

ÁLCOOL E VOLANTE
Ao desqualificar relatos testemunhais como prova de embriaguez no volante, o STF restabelece o que a Lei Seca prevê: bafômetro e exame de sangue para provar que o motorista ingeriu álcool. E só.

LIBERAÇÃO DE BEBIDA NOS ESTÁDIOS
A liberação de bebida alcoólica nos estádios, durante a Copa do Mundo, não pode e não deve ser vista como uma afronta aos costumes nacionais. Aqui não se bebe nos clubes sociais, nos bailes carnavalescos, nas baladas desvairadas? E por que não nos estádios? Mais: o sujeito que bebe, bebe no estádio e, se não puder, bebe antes de se dirigir para assistir ao jogo. Pior é o indivíduo que vai para o campo turbinado por drogas. Esse vai pra bagunçar.

CABEÇA ZONZA
Tomando remédio para problema na tireóide, o deputado Temóteo Correia anda meio zonzo. Em perfeito estado, ele jamais se sairia tão mal como se saiu na conversa com os humoristas do CQC.

META DE ROSINHA
Até prova em contrário, Rosinha da Adefal não desistirá de concorrer à prefeitura de Maceió este ano. Ela quer uma aliança com o PMDB, mas, se não der, aceita ter um vice indicado pelo PT.

UM ESTIGMA CHAMADO OPERAÇÃO TATURANA
Tão cedo a Assembleia Legislativa vai se livrar de um estigma chamado Operação Taturana. Ou seja: de tempos em tempos, até que o processo dos taturanas seja julgado, o Legislativo aparecerá no noticiário em reportagens tratando do esquema de desvio de recursos denunciado pela Polícia Federal. Isto, seja ou não culpados os personagens do rumoroso enredo.

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